A chuva deste Inverno veio realçar ainda mais a beleza da Fórnea, um anfiteatro natural que, quando há pluviosidade intensa, forma uma cascata, como aconteceu durante este ano, transformando a zona num local de romaria.
De tal forma, que a Câmarade Porto de Mós, em articulação com a Junta de Freguesia de Alcaria e Alvados, está a estudar medidas para conciliar o aumento de visitas com a preservação do espaço.
A colocação de uma cancela, que impeça a circulação de viaturas no acesso à Fórnea, é uma das hipóteses.
O assunto foi debatido durante a última reunião de Câmara realizada, na semana passada, precisamente naquela freguesia, onde, no período antes da ordem do dia houve intervenções a alertar para os impactos do número de visitas na preservaçãodo local.
“Não é a pressão das pessoas que deteriora mas sim das viaturas, nomeadamente dos veículo de todo-o-terreno, que não respeitam a sinalização e avançam até à zona da queda de água e que quase atropelam quem vai a pé”, afirma o presidente da Câmara, Jorge Vala.
[LER_MAIS] A situação não é nova e levou mesmo o anterior executivo a colocar sinalética a proibir a circulação automóvel.
O problema é que esta tem sido “vandalizada” e “desrespeitada”, denuncia o autarca, adiantando que a solução deverá passar pela colocação de uma cancela, garantindo, contudo, o acesso aos proprietários de terrenos na zona.
Também Sandra Martins, presidente da União de Freguesias de Alcaria e Alvados, defende que são necessárias medidas para “controlar” o acesso à Fórnea. “Temos tido uma verdadeira avalanche de gente.
É bom, mas o problema é que muitos não cumprem a sinalização. Há proprietários a queixarem-se que do estacionamento de viaturas nos seus terrenos”, refere a autarca, reconhecendo que “alguma coisa terá de ser feita”.
“Queremos que a Fórnea seja visitada, mas as visitas não podem pôr em causa este património”, defende Sandra Martins, que acredita que a transformação do centro de actividades ao ar livre de Alvados num posto de turismo avançado, como está projectado pela Câmara, poderá ajudar a aliviar a pressão sobre a zona da Fórnea.
“Haverá condições para as pessoas deixarem aí os carros e depois seguirem por percursos devidamente definidos.”