O Procurador da República do Tribunal Judicial de Leiria pediu hoje uma pena de prisão “não inferior a 19 anos” para o suspeito de ter matado uma mulher com cerca de 300 golpes de navalha, em Março, junto ao Estádio da Marinha Grande.
Segundo o magistrado do Ministério Público, ficou provado que a vítima tentou roubar o arguido, que se encontra em prisão preventiva, mediante a ameaça de uma faca, tendo “provocado golpes nos pulsos”, “concretizando o roubo ao retirar a carteira com 80 euros em notas”.
O procurador acrescentou ainda que “se a vítima roubou, o que é facto é que depois do crime, já não se pode falar em legítima defesa nem excesso de legítima defesa”.
O arguido “agiu com o intuito de vingar-se”, acrescentou o magistrado, que defendeu uma pena “não inferior a 19 anos de prisão efectiva”.
A advogada da vítima considerou que a família deve ser indemnizada, realçando que o crime “atroz e bárbaro”, mostra uma “tremenda violência”, por um motivo “fútil”.
Já o advogado do arguido destacou que o seu cliente agiu para se defender.
Segundo o despacho de acusação, o suspeito, empregado fabril de 41 anos, contactou a 1 de Março a vítima com a qual acordou ter relações sexuais mediante a entrega de 20 euros.
Cerca das 2:30 horas do dia seguinte, após os contactos sexuais, a vítima "pediu mais dinheiro" ao arguido, que recusou, pelo que "iniciaram uma discussão" na sequência da qual a mulher empunhou uma navalha, retirou a carteira, com documentos e dinheiro, ao arguido e saiu do veículo.
O MP adianta que o arguido seguiu atrás da mulher e, depois de retirar a navalha, desferiu-lhe mais de 300 golpes que a atingiram na cabeça e na face, no pescoço e nas mãos.