A banda existe desde 1993 e é constituída por utentes da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC). Da formação original, mantém-se o vocalista e letrista Fausto Sousa, de 53 anos. Acompanham-no Jorge Maleiro (guitarra), Fátima Pinho (teclas), o musicoterapeuta Paulo Jacob (guitarra) e o elemento mais novo do grupo, o baterista Miguel Duarte, com 22 anos.
Os 5ª Punkada somam mais de 300 concertos e já tocaram em Espanha, Itália, França, Bélgica, Alemanha, Grécia e Finlândia, além de Portugal.
Agora, reúnem-se com músicos profissionais para cumprir mais um sonho: a gravação do primeiro álbum, que já decorre, na sala de ensaios de sempre, na Quinta da Conraria.
Há muito de Leiria no projecto: a cantora e compositora Débora Umbelino (Surma) é artista convidada, o músico Rui Gaspar (First Breath After Coma) é o produtor, a Casota Collective registo o processo em vídeo e a editora Omnichord fica responsável pelo lançamento do disco, provavelmente, em Dezembro.
O primeiro concerto de apresentação já está agendado e será em Leiria, no Teatro José Lúcio da Silva, a 23 de Dezembro.
Para Hugo Ferreira, fundador da Omnichord, que conhece os 5ª Punkada desde os anos 90 na Rádio Universidade de Coimbra, que os contratou para o Palco RUC da Queima das Fitas e que os trouxe a Leiria para o Ensina Fade In, apresenta-se, finalmente, a oportunidade de registar “um bandão”, que, ao vivo, “é arrepiante”.
“Toda a gente está satisfeitíssima. O que vai resultar daqui é muito maior do que todos nós imaginávamos”, adianta Hugo Ferreira ao JORNAL DE LEIRIA.
Débora Umbelino confirma a ideia, em declarações à agência Lusa, depois de se juntar às gravações. “Foi incrível, uma daquelas experiências em que sais com o coração a rebentar de amor por todo o lado”.
O músico Victor Torpedo (Tédio Boys, The Parkinsons) também participa no álbum de originais dos utentes da APCC, entre os quais há situações de paralisia cerebral, trissomia 21 e síndrome de Williams.
A estreia dos 5.ª Punkada em estúdio tem o apoio do Instituto Nacional de Reabilitação. Para 2022, projeta-se uma digressão e um documentário.