Quem não é tentado a chamar preguiçoso ao adolescente que não se levanta da cama ao primeiro toque do despertador, que avisa que está na hora de se preparar para chegar à escola sem atrasos? Se em alguns casos, o deitar tarde é culpa da vontade de jogar mais um bocadinho ou conversar com os amigos no chat das redes sociais, noutros o responsável tem um nome: síndrome de atraso de fase. No próximo domingo tem início o período de Hora de Inverno.
Quando forem 2 horas, os ponteiros do relógio devem atrasar 60 minutos. Os jovens ganham, assim, uma hora a mais de sono. São vários os estudos que demonstram que os ritmos de sono se atrasam com a adolescência e que é a própria biologia do jovem que o impede de ter sono antes das 23 horas e o faz necessitar de mais tempo na cama, para dormir as horas que tanto precisa para repor as energias. Por isso, alguns investigadores defendem que as aulas comecem mais tarde: “nunca antes das 10 horas”.
Paul Kelley, do Instituto de Neurociência Circadiana e do Sono da Universidade de Oxford, citado pelo Expresso, adianta que “aos 10 anos uma criança pode acordar e ir para a escola cedo e enquadrar-se perfeitamente no nosso ritmo de vida das nove-às-cinco”. “Quando temos cerca de 55 anos o padrão também é o mesmo. Mas pelo meio o nosso ritmo cronobiológico varia muito e, dependendo da idade, uma pessoa pode ter necessidade de começar três horas mais tarde. Regra geral, somos uma sociedade com problemas de privação de sono. Mas é no grupo entre os 14 e os 24 anos que a situação é mais grave”, refere o investigador.
No estudo publicado pelo Expresso é referido que os padrões de sono mostram que aos 10 anos o despertar biológico acontece cerca das 6:30 horas, pelo que faz sentido a escola começar pelas 8:30/9 horas.
“Aos 16, o acordar biológico atrasa para as 8 horas e a escola devia ter início depois das 10 horas; e aos 18 anos muda para as 9 horas e as actividades não deviam começar antes das 11h.”
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