Antigos contentores marítimos estão a ser resgatados do lixo para se tornarem habitações, alojamentos turísticos e escritórios. Uma vez recuperados, fica garantido o conforto e a convicção de que se poupou o meio-ambiente, assegura quem fabrica e quem usufrui destas estruturas.
Paulo Arrojado é sócio-fundador da EcotainerFactory, uma startup, hoje sediada em Leiria, mas que deu os seus primeiros passos na zona do Porto, em 2019. Nessa altura, o seu principal foco incidia na conversão de contentores em suites e bungalows, que completassem a oferta em quintas de enoturismo. No entanto, a chegada da pandemia travou o negócio, que corria de feição.
Entretanto, Paulo Arrojado mudou-se para Leiria e manteve a actividade. Colocou de parte o emprego que sempre tivera, na área do software e dedicou-se exclusivamente [LER_MAIS]à EcotainerFactory. Além de alojamento turístico, a startup passou também a dedicar-se à transformação de contentores para alojamento familiar (moradias constituídas por vários contentores acoplados).
“Todos os módulos são feitos em fábrica e o acoplamento é feito no local, sem soldadura. É uma solução que permite aumentar o tamanho da casa ao longo do tempo”, refere Paulo Arrojado, para quem a grande virtude está mesmo na “ecossustentabilidade”.
“Somos empresa de carbono zero, uma vez que usamos o desperdício industrial”, salienta o empreendedor. “Também não temos de transportar constantemente equipas para o local da obra, poupamos na quantidade de água, são vários os custos colaterais evitados”, prossegue.
Trata-de “um produto chave-na-mão, que é mais rápido de finalizar. Em média, um T3 demora seis a nove meses a concluir”, exemplifica Paulo Arrojado.
Solução para empresas
Num dos edifícios do Grupo Socem, na Martingança, a utilização de antigos contentores, convertidos em escritórios, é já uma solução com vários anos. Luís Febra, administrador, explica ao nosso jornal que teve a iniciativa de resgatar do lixo oito velhos contentores, reformados com o apoio da Transfor, empresa de serralharia industrial de Fátima.
Instalados num dos edifícios de produção, os contentores são agora escritórios, devidamente equipados, por onde têm passado serviços de engenharia, planeamento e, em tempos, até a administração.
“Temos a preocupação de criar instalações que não sejam complicadas de desmantelar”, refere Luís Febra, enfatizando que estas opções têm subjacentes a filosofia do grupo, empenhado em implementar medidas que contribuem para a preservação do planeta.
“Acreditamos que, ao adoptar práticas sustentáveis e reinventar a nossa forma de trabalhar e viver, podemos fazer uma diferença significativa, contribuindo para um mundo mais verde e saudável”, realça a Socem.