Parker Finn demonstra, mais uma vez, que sabe o que está a fazer. Não é necessário reinventar a roda quando se domina o essencial: criar uma experiência cinematográfica que prende o público e conquista as bilheteiras.
Embora Smile 2 não seja o pináculo da criatividade, é inegável que Finn sabe jogar com os elementos clássicos do género, amplificando a tensão e explorando os recantos mais sombrios da mente humana.
Naomi Scott é a verdadeira joia do filme. A sua performance transcende as expectativas, tornando-se uma das mais impressionantes no género de terror deste ano. Numa temporada recheada de atuações de peso no terror — como Demi Moore, Margaret Qualley, Maika Monroe, Nicolas Cage e Cailee Spaeny —, Scott merece estar na conversa para os Óscares. Aliás, está mais do que na hora de a Academia abrir, mais uma vez, os braços ao terror, um género que, quando bem feito, entrega interpretações tão intensas e memoráveis como qualquer drama.
O que me fascina mais em Smile 2 é todo o desconforto. Tal como o primeiro filme, este mergulha a fundo na mente do espectador, arrancando arrepios genuínos e obrigando-nos a olhar duas vezes para o nosso canto escuro da sala. É um daqueles raros terrores modernos que ainda sabe como fazer-nos sentir desconfortáveis e alerta.
Resumindo, Smile 2 pode não ser um marco de inovação, mas compensa com uma execução sólida e uma estrutura narrativa meticulosamente pensada. Parker Finn mantém-nos presos, Naomi Scott brilha, e o resultado final é um terror que fica connosco muito depois de os créditos terminarem.