Desde o dia 10 de Março, momento em que a Aliança Democrática venceu as eleições legislativas, que o País mediático não falou noutra coisa que não fosse o resultado da discussão do Orçamento do Estado, em Novembro. Foram 8 longínquos meses em que houve opinadores e opiniões para todos os gostos, bem como várias posições por parte de alguns dos principais responsáveis políticos portugueses, que foram prolongando a discussão até à exaustão.
E pronto, lá se chegou a Novembro e como desde cedo se percebeu, o Orçamento do Estado foi aprovado, com a abstenção do Partido Socialista. Agora que está aprovado o Orçamento do Estado, julgo que se torna fácil perceber o tacitismo dos partidos da oposição, mais preocupados em manter vivas as suas lideranças do que propriamente com os ganhos para os portugueses.
Mas eis que ainda estamos a sair deste enredo e já começa outro: as eleições presidenciais. Primeiro, apostas sobre quem são os vários candidatos sendo que o processo, como sabemos, resulta duma decisão pessoal. Os vários partidos tomam, posteriormente, as suas decisões de acordo com as candidaturas disponíveis.
A novidade é começar-se já esta conversa, quando ainda vamos ter umas eleições de âmbito nacional, autárquicas, em Setembro/Outubro do próximo ano, ainda por cima quando são as eleições que geram mais empatia com o eleitorado, pela sua proximidade, e mais compromisso, por na maior parte das situações haver um conhecimento pessoal dos candidatos.
Mas parece que tudo isto tem a ver com a possibilidade, quase certa, ainda agora com a comunicação da sua passagem à reserva, da candidatura do Almirante Gouveia e Melo. De repente parece que boa parte do País se “apaixonou” pelo Almirante, não tanto por tudo o que fez na sua vida até aos dias de hoje, mas tão só pelo seu desempenho na gestão do plano de vacinação durante a pandemia.
Sou daqueles que reconheço, de forma normal e natural, a competência do Almirante Gouveia e Melo na gestão desse processo. Mas isso deveria ser a regra, as pessoas estarem nos cargos pela sua competência e portanto, esperarmos delas que tenham um bom desempenho. Pode ter muitas outras qualidades, mas se este ambiente é só pelo seu desempenho na Covid-19, eu diria que ainda é muito pouco para que, de repente, se veja um D. Sebastião, ou D. João II, com o qual “contracenou” na última revista da Armada. No entanto, para que não haja dúvida, as eleições presidenciais serão em Janeiro de 2026. Por agora, faço votos de Boas Festas a todos os leitores.