Os mais recentes números divulgados pela Acap – Associação Automóvel de Portugal revelam que, em termos acumulados, de Janeiro a Setembro de 2024, foram matriculados 38.023 veículos novos de duas e três rodas em Portugal, o que correspondeu a um aumento de 1,9 por cento em comparação com o mesmo período do ano de 2023.
Em termos acumulados, nos três trimestres de 2024, o número de motociclos matriculados aumentou 2,7 por cento, face ao período homólogo do ano anterior, tendo sido colocados em circulação 36.365 novos motociclos. No cômputo geral, são as gamas de médias cilindradas – entre os 500 e 700 cc – que apresentam o melhor desempenho, relativamente a 2023.
Mas 2024 trouxe algumas surpresas.
Se, entre Janeiro e Maio, eram as motos de 125 cc as que mais se vendiam, por poderem ser conduzidas por quem tem apenas a carta com a categoria B, com os números da Acap a prová-lo, a partir do Verão a situação mudou.
“Notámos um crescimento maior e mais rápido de algumas cilindradas, nas gamas média e alta [entre os 500 e os 1100 cc]”, explica Jorge Migueis.
O gerente da Migueis Lda., concessionária de marcas como Kawasaki, AJP, Segway, Benelli, Keeway ou Kymco, na região de Leiria, reconhece um crescimento interessante no mercado, face a 2023.
As razões que levam uma franja cada vez maior de consumidores a optar pela aquisição de motos como segundo veículo ou como modo de vencer o trânsito crescente em cidades onde a rede viária deixou de dar resposta à explosão demográfica e proliferação de novos equipamentos e espaços comerciais são sobejamente conhecidas.
Portugal goza de um clima que permite andar de moto durante oito a nove meses por ano e há cada vez mais pessoas a optar por um meio de transporte mais versátil no trânsito, mais económico e com menor custo de manutenção.
Todos os anos, o tempo mais quente convida também a trocar de moto e a fazer um “upgrade” para novos modelos ou para veículos com outras características.
A pensar na tendência de crescimento do mercado, a Migueis Lda. ampliou o seu showroom, para dois pisos e, em 2025, passará a representar mais marcas. Ambas na vertente fora-de-estrada.
A primeira é a italiana TM, voltada para os mercados do enduro e do motocross, e a segunda, será a Morbidelli, também oriunda da península itálica, mas pertencente ao Grupo Keeway.
“Desta marca, comercializaremos modelos utilitários, trail e custom, com cilindradas de 125cc a 500cc e 1000cc”, explica Jorge Migueis.
Entre os fabricantes que já fazem parte da lista de marcas representadas, a empresa vai apresentar ao público, na primeira metade do ano, novo modelos da Kawasaki, que sofrerão upgrades de 1000cc para 1100cc, “segundo as tendências do mercado”.
“Esta marca vai dar-nos ainda a opção de uma moto-quatro, com 450cc”, anuncia o responsável, adiantando que também haverá novos modelos com as chancelas Benelli e Keeway, “além de várias novidades em equipamentos de segurança, casacos, botas, capacetes e luvas”.
Um bom Verão
Na Speedcity, concessionária da Yamaha na região, o arranque do ano, admite Nuno Parreira, foi “lento”.
Claro que, tratando-se de motos com ADN de puro-sangue, rapidamente se notou uma “normalização do mercado”.
“O Verão foi bom, dentro do expectável”, analisa o responsável pela empresa de Leiria.
“Temos novos modelos a entrar e que estarão cá em 2025”, diz Nuno Parreira.
E as expectativas abrangerão praticamente todos os gostos e públicos.
“Teremos a nova scooter Yamaha NMAX 125, além das Tracer 9, Tracer 9 GT e Tracer 9 GT Plus, para quem prefere motos de turismo”, conta ainda.
Entre as novidades para o próximo ano, haverá uma que fará bater mais rápido o coração de todos os verdadeiros amantes de motociclismo.
Falamos da chegada da nova Yamaha Teneré 2025, com várias optimizações estéticas.
Mas o que realmente deixará os fãs à beira de uma síncope, acreditamos, será o regresso da Teneré Rally… em cores azul-céu e dourado, tal como o modelo que fez História em várias provas mundiais de todo-o-terreno, com especial destaque para o Rally Dakar e o Rally Paris-Dakar.
“Para quem gosta de potência, vamos ter a Yamaha YZF R9, uma nova superdesportiva que aparece quando, infelizmente, a R1, devido às regras Euro 5+, deixou de ser comercializada para estrada, só podendo ser utilizada em competição”, anuncia Nuno Parreira.
Triumph quer continuar a crescer na região Centro
Já Manuel Olaio, business director e partner da Triumph Portugal, em retrospectiva, refere que em 2024 a sua equipa consolidou o “nível de atendimento e serviço ‘Premium’”, permitindo à Triumph Centro consolidar o seu volume de negócios.
“Este ano teve alterações significativas no mercado, com a entrada de novos segmentos e marcas, tendo igualmente a Triumph lançado a sua gama de modelos de 400 cc, com a Speed 400 e a Scrambler 400”.
Como grande novidade da marca, o responsável aponta o aparecimento das motos fora-de-estrada do fabricante britânico, com o lançamento da Triumph 250 TF de motocross.
“A Triumph Centro foi o primeiro Off Road Center da Triumph em Portugal, aberto em 2024”, sublinha Manuel Olaio.
Quanto a perspectivas para 2025, a aposta está toda focada na continuação do crescimento da marca na zona Centro.
“Além do lançamento de diversos novos modelos da nosso marca, em diferentes gamas Triumph. Nas Modern Classic, teremos as novíssimas Speed Twin 900 e 1200, enquanto nas Adventure, haverá a nova e muito esperada Tiger 800 e a renovação da Tiger 660. Nas roadsters, realçar a nova Trident 660 e, para o motocross, haverá o lançamento das TF 450 RC e o lançamento dos modelos de Enduro.”
O business director adianta ainda que, no próximo ano, haverá novidades nos acessórios e até capacetes Triumph em parceria com a Arai, “fabricante nipónico de referência” nesta indústria.