Primeiro, uma empresa de vinhos a granel, na freguesia do Arrabal, no concelho de Leiria, e depois, no dia 12 de Maio de 1999, a aquisição dos 200 hectares da Quinta do Gradil, em Vilar, no concelho de Cadaval e região vinícola de Lisboa, foram os primeiros passos para a criação, há 25 anos, do Grupo Parras Wines.
Surgida da visão de Luís Vieira, à dinâmica da empresa, sediada hoje em Fervença, Alcobaça, não é estranha a herança familiar do fundador, ligada ao comércio de vinho desde 1945.
Aliás, Vieira elogia o avô António Gomes Vieira, conhecido por “Ganita”, nome com que baptizou mesmo um dos seus vinhos, e que lhe ensinou “todos os segredos do negócio”.
A Parras Wines assume-se como “um dos maiores grupos vinícolas de Portugal”, que detém marcas como Quinta do Gradil, Herdade da Candeeira, Casa das Gaeiras, Mula Velha, Pêra Doce, Cavalo Bravo, entre outras.
“Hoje, somos um dos maiores empregadores do concelho de Alcobaça. Tinha 27 anos quando adquiri a Quinta do Gradil. Foi um arranque um pouco destemido e muito trabalhoso”, recorda o empresário, sem esquecer o papel da equipa que escolheu e com a qual “ultrapassou muitas dificuldades”.
O grupo conta com mais de uma dezena de empresas em diferentes regiões vitivinícolas do País e centena e meia de colaboradores, operando em cerca de 40 países maioritariamente na Europa, mas também no Brasil e América do Norte, nos PALOP, Ásia e até no Médio Oriente.
A Parras Wines conta com produtores parceiros na região de Lisboa, onde também tem produção própria, e na região do Tejo.
No Alentejo, detém duas herdades, uma na Vigia e outra no Redondo e uma adega no Montoito (Redondo). É também especialista em vinhos do Douro, Dão e Verdes.
“Vinte e cinco anos não são dois dias, mas parece que foi ontem. A diferença entre a audácia e a loucura vê-se pelo resultado”, afirma o administrador do grupo.
Pela frente, perfilam-se novos desafios acentuados pelas alterações climáticas.
“O ciclo da água e das doenças da vinha captam muita da atenção e assistência técnica que damos aos produtores”, explica, sublinhando que as proibições de aplicação de vários fito-farmacêuticos pela União Europeia têm trazido novos impactos na produtividade e aumento de custos de produção.
“O mercado do vinho é muito sensível ao valor dos preços, embora não seja esse o factor mais importante. No entanto, uma vez que há muita competição neste ramo, não podemos afastar a existência de impactos.”
Nova aguardente vinícola
Após, em 2019, ter imortalizado o avô com um vinho, Luís Vieira homenageou a esposa deste, a sua avó Emília, com um novo produto da Quinta do Gradil, a aguardente vínica Velhíssima, um segredo guardado na família há meio século, que é “uma das preferidas da avó”.
A aguardente é obtida com a destilação de várias castas autóctones da região de Lisboa em alambiques “charentais”, caracterizados pelo seu lento processo de destilação, e estagiada em carvalho português e francês.
O PVP recomendado por unidade é de 220 euros. euros é o preço recomendado de cada unidade da aguardente Velhíssima, que homenageia a avó do fundador