Depois das melhorias registadas nos últimos anos, a qualidade da água da bacia hidrográfica do Lis voltou a piorar. As análises mais recentes feitas pela Oikos (Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria), efectuadas no final de Abril, revelam que os níveis de contaminação se agravaram em nove dos 15 locais monitorizados. E há três “pontos negros” a preocupar os ambientalistas: o troço final do rio Lena, sobretudo, junto à ponte das Mestras, a ribeira do Sirol (ou da Caranguejeira) e a foz do Lis.
Nos últimos anos, a Oikos – que, há 26 anos, monitoriza a bacia do Lis – tem vindo a chamar a atenção para os valores registados na zona da ponte das Mestras. Apesar de o resultado das análises deste ano, recolhidas a 27 de Abril, estarem “melhores” do que em 2015, continuam a revelar níveis de contaminação “anormalmente” elevados. “Entre Casal Mil Homens [Batalha] e a ponte das Mestras há qualquer coisa que está a perturbar a qualidade da água. De um ponto para o outro passamos de um resultado de e-coli de 8.700 para 24.000. É quase três vezes mais. Nos últimos três anos, o valor é sempre bastante alto. Tem de haver um problema. São bactérias do intestino. Não caem do céu. De algum lado vêm”, enfatiza Mário Oliveira, presidente da direcção da Oikos.
O dirigente acredita que a contaminação verificada no rio Lena acaba por influenciar o resultado registado no Lis no ponto imediatamente a seguir à confluência dos dois cursos de água, onde, este ano, houve um aumento dos níveis de contaminação por e-coli. O ambientalista nota que “há um aumento grande entre a Ponte do Arrabalde, onde os resultados são bons, e o ponto após a junção com o Lena”, o que indicia que a 'culpa' pode estar “na contaminação do Lena”.
Outro ponto a preocupar a Oikos é o troço final do Lis, com valores “anormalmente altos” detectados na zona da Galeota, próximo da ETAR Norte, e na foz do rio.
Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo.