A maioria dos proprietários florestais continua a ter o retorno económico como único critério para a escolha das espécies que cultiva.
No entanto, fruto dos incêndios e das pragas que têm penalizado os eucaliptos, e também dos fundos comunitários disponíveis para apoiar produtos autóctones, e graças ainda aos exemplos de grande rentabilidade do medronho, que têm chegado de outros pontos do País, começam a surgir cada vez mais interessados no cultivo de medronheiro no Norte do distrito de Leiria.
Segundo Carlos Fonseca, fundador da Cooperativa Portuguesa do Medronho, “o medronheiro é uma das espécies arbustivas que actualmente apresenta um maior potencial económico, principalmente devido às múltiplas utilizações do seu fruto”.
Entre as suas utilizações está: “a produção de bebidas e derivados, o consumo como fruto fresco ou sumo, além da sua aplicação em iogurtes, compotas, pastelaria, cosmética, medicina e nutricionismo”, disse o biólogo à Lusa.
Além disso, à passagem do fogo, “o medronheiro é geralmente uma das espécies que mais rapidamente recupera e regenera, rebentado desde a base do tronco ou da raiz e contribuindo para a protecção e reabilitação do solo”, defende Carlos Fonseca.
Conhecedor destas potencialidades, Bruno Brás, de Figueiró dos Vinhos, foi um dos jovens proprietários que recentemente decidiu avançar com a plantação de medronheiros.
Em nome individual, candidatou a apoios do Portugal 2020 um projecto de produção exclusiva de medronho, de 15 hectares. Em nome da Comissão de Compartes de Baldios do Alge, candidatou um outro, de cerca de 25 hectares. Espera poder receber sinal verde para ambos ainda este ano.
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