A concorrência de cafés e restaurantes, que também apostam em música ao vivo, a crise, que mudou hábitos, a emigração e os eventos promovidos por juntas de freguesia, câmaras e colectividades estão a 'roubar' clientes aos bares, onde se sente uma quebra do negócio. Quem o diz é Luís Vasco Pedroso, que actualmente explora dois espaços no concelho da Marinha Grande.
Para o empresário (que chegou a ser responsável pelo Alibi e pelo Sabor Latino, em Leiria – nenhum dos dois existe já como tal – e pelo Hot Rio, em São Pedro de Moel, fechado há mais de três anos), os eventos organizados por juntas de freguesia e câmaras “foram a machadada final”.
Luís Vasco Pedroso considera que estes eventos, a maioria das vezes gratuitos, são “concorrência desleal” ao negócio dos bares. O mesmo diz em relação às festas das colectividades, “onde antigamente era quase uma vergonha ir”, mas que hoje “estão in”, até porque “se têm vindo a refinar”. “Como não têm de pagar as mesmas obrigações que nós, podem praticar preços muito mais baratos”, lamenta.
Quanto às discotecas, “foram estranguladas” pela liberalização dos horários dos bares e pelas exigências legais a que estão sujeitas, diz Luís Vasco. “Os custos com licenças, taxas, segurança e outros aspectos fazem com o que o negócio fique cada vez mais caro, obrigando a subir preços”.
Por outro lado, muitos clientes optam agora por ir apenas aos bares, que “fazem praticamente a mesma coisa que as discotecas”, o que levou a que “haja cada vez menos” espaços destes.
Existe há 21 anos, primeiro no Terreiro, agora junto à Sé, em Leiria. Trata-se do bar Anubis e o gerente, Mário Brilhante, reconhece que as festas e eventos com música ao vivo e DJ “têm levado muitos clientes” dos bares, mas recusa considerá-los concorrência desleal. “Há noites de Verão em que se nota um impacto grande, mas a diversidade é interessante. Temos de ir à luta e reconquistar clientes”.
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