A Polícia Judiciária de Leiria deteve três pessoas e constituiu dez arguidos por suspeita da prática de crimes de corrupção activa e passiva, burla qualificada e extorsão. Dois guardas do Estabelecimento Prisional de Leiria estão entre os suspeitos, sendo os facilitadores de introdução de telemóveis na cadeia.
A acção policial foi desencadeada pelo Departamento de Investigação Criminal de Leiria da PJ, no âmbito de inquérito titulado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). A operação culminou na detenção na execução de 13 buscas domiciliárias e no cumprimento de três mandados de detenção emitidos pela autoridade judiciária competente, tendo sido detidos um homem, chefe do Corpo da Guarda Prisional, e duas mulheres, sem ocupação laboral definida.
Foram ainda constituídos mais dez arguidos, presumíveis co-autores ou cúmplices da prática criminosa, entre eles um guarda prisional principal, refere a PJ em comunicado. Segundo a nota de imprensa, os três detidos, “em conjugação de esforços e vontades com um recluso que cumpre pena no Estabelecimento Prisional de Leiria, contribuíram decisivamente para a consumação de sucessivos crimes de burla qualificada, obtendo enriquecimento ilegítimo por meio de engano incutido em número significativo de vítimas”.
Detido desde Setembro de 2015, o recluso, com 30 anos, reformado por invalidez, deu continuidade à actividade ilícita que já desenvolvia em liberdade, seleccionando e contactando as vítimas através de telemóveis com acesso à internet, introduzidos clandestinamente na cadeia, para as convencer de que tinham incorrido na prática de actos ilícitos ou no incumprimento de obrigações de diferente natureza.
“Argumentando com alegado dever de pagamento imediato de coimas ou multas, o recluso compelia as vítimas a procederem ao depósito de quantias de montante variável em contas bancárias tituladas por pessoas da sua confiança”, refere ainda o comunicado. No decurso da investigação a Polícia Judiciária contou “com relevante colaboração de responsáveis da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais”.
À hora do fecho da edição do Jornal de Leiria, os detidos, com idades compreendidas entre os 25 e os 55 anos, ainda não tinham sido presentes às autoridades judiciárias competentes para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coacção.