Não tenhamos ilusões. Para alguns seres humanos, por exemplo, os nossos filhos, a Pedreira do Galinha não passa de um lugar remoto e sem ligação à internet. Convencê-los da relevância das pegadas de dinossauro é um desafio tão ambicioso como gerir aquele momento em que descobrem a verdade completa: não vão ver dinossauros, não há pipocas nem videojogos, e o prelúdio multimédia que antecede a visita é uma espécie de cassete VHS gravada nos anos 90.
Dito isto, vale a pena o esforço de os arrastar para os arredores de Fátima? Claro que sim, até porque entre adultos, crianças e adolescentes há sempre alguém na família que dá valor a pedregulhos e naturezas mortas. E os trilhos de dinossauros saurópodes identificados há 22 anos pelo investigador João Carvalho continuam a ser dos mais importantes para a ciência, não só em Portugal como lá fora. Alguns estão entre os mais longos do mundo, com 142 e 147 metros de extensão.
A meia hora de carro, partindo de Leiria, entramos em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, prontos para uma rápida viagem no tempo. Os registos fósseis colocados à superfície pela actividade extractiva na Pedreira do Galinha contam uma história preciosa – por exemplo, permitem aos cientistas afirmar que estes animais com o peso de 20 elefantes, pescoço comprido e dieta vegetariana eram animais gregários, que viviam e se deslocavam em grupo.
Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo.