Estão completamente isolados num mundo virtual. Não socializam, não comem nem dormem, faltam às aulas, estão constantemente irritados. São estes os principais sinais, apontados pelos especialistas, que evidenciam uma dependência dos videojogos.
Mas "ainda não há a preocupação para referenciar estes jovens para uma consulta especializada", refere o pediatra Bilhota Xavier.
"Este grave problema tende ainda a ser desvalorizado, quer pelos pais, quer pelos docentes na escola, quer pelos profissionais de saúde", adianta o pediatra.
Desde 2010 que foram internados no centro de tratamento Villa Ramadas, em Alcobaça, cerca de 20 jovens com sintomas relacionados com o vício dos videojogos. Ansiedade, depressão, hiperactividade, défice de atenção ou alteração do rendimento escolar são as patologias associadas a esta problemática.
As idades compreendem-se, maioritariamente, entre os 15 (idade mínima para ser internado no Villa Ramadas) e os 23 anos. No entanto, Rita Morais, psicóloga desta clínica, revela que recebem pedidos de ajuda para jovens com idades inferiores.
Segundo Bilhota Xavier, esta é uma problemática que incide cada vez mais em "idades precoces", por consequência dos dispositivos de fácil transporte e manuseamento.
"É fácil constatar isso nas crianças de 3 ou 4 anos internadas, quando queremos conversar com elas e só contrariadas conseguem tirar os olhos dos smartphones ", revela o pediatra.
"As crianças estão a desaprender de brincar ao ar livre, de praticarem desporto, de estabelecerem relações sociais com os amigos reais.
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