Um mês inteiro de música e vários concertos, dança e espectáculos de rua é o que promete o 35.º Festival Música em Leiria.
A edição deste ano, que acontece entre 2 de Junho e 2 de Julho, assinala não apenas três décadas e meia deste evento que goza do estatuto de ser “o mais antigo de Portugal”, como leva concertos de música clássica, contemporânea, fado e jazz aos concelhos da Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande e Pedrogão Grande.
O programa conta com actuações da Orquestra Filarmonia das Beiras, da Orquestra de Jazz de Matosinhos e com a Companhia Nacional de Bailado, entre outros e foi apresentado na terça-feira, no Palácio dos Ataídes, em Leiria.
A organização é do Orfeão de Leiria com direcção artística do maestro António Vassalo Lourenço. No dia 2 de Junho, o festival arranca com um concerto inédito da Orquestra Filarmonia das Beiras e da fadista Gisela João, que homenageará Amália e as palavras de alguns poetas da actualidade, no Teatro José Lúcio da Silva (TJLS), em Leiria.
A artista, considerada “como uma das vozes mais arrebatadoras do panorama do fado”, apresentará na cidade do Lis, em estreia absoluta, músicas do seu segundo disco, Nua, com arranjos para formação orquestral.
No dia seguinte, às 17:30 horas, as ruas da zona histórica de Leiria acolhem o Quinteto de Metais do Tejo. Também em destaque, no dia 8, sobem ao palco do TJLS, a Orquestra Jazz de Matosinhos com a vocalista banda do Porto, Clã, Manuela Azevedo.
A cantora vai estar sob a direcção de Pedro Guedes, num espectáculo onde será acompanhada por saxofones, trompetes, trombones e uma secção rítmica onde se incluem piano, guitarra, contrabaixo, bateria e percussão.
Quanto ao repertório, a organização avança que reúne escolhas de Azevedo, que percorrem alguns dos caminhos do cancioneiro norte-americano, francês, da música popular do Brasil e até dos próprios Clã.
O Museu de Leiria será palco no dia 14, de um espectáculo que combina dança e música, pela plataforma Misplaced, com a percussão de Agostinho Sequeira, vencedor do Prémio Jovens Músicos da RTP/Antena 2.
No dia 17, será a vez de a Igreja do Mosteiro da Batalha abrir as portas à Sinfonieta de Lisboa e Coro Ricercare, para a peça de inspiração religiosa Requiem, de Mozart. Outros espaços em Leiria vão abrir portas ao evento, como os claustros do Edifício Moagem Heritage, o Solar dos Ataídes ou o Jardim da Vala Real.
Nos dias 10 e 11 de Junho acontece o Beira Rio – Música e dança, um evento que o presidente do Orfeão de Leiria, Acácio de Sousa (na fotografia à direita) descreve como “um pequeno festival dentro de um grande festival”.
A Escola de Dança e os Agrupamentos Musicais da Escola de Música do Orfeão de Leiria juntam-se num grande evento que marca o ano lectivo, para apresentar o trabalho desenvolvido. Haverá concertos, recitais, dança e orquestras a marcar presença no Jardim da Vala Real e no percurso Polis.
E, em “digressão” pelos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, vai estar a Big Band do Orfeão de Leiria, sob a batuta de Paulo Bernardino, nos dias 23, 24 e 25 de Junho.
Pela Casa da Cultura, na Marinha Grande, passa o Quarteto de Guitarras Parnaso, com o espectáculo As guitarras apropriam-se do Cinema. O Música em Leiria encerrará com a Companhia Nacional de Bailado e um espectáculo comemorativo do seu 40.º aniversário, no José Lúcio da Silva, no dia 2 de Julho.
Os bailarinos serão acompanhados por Maria João e João Farinha. Em palco, estarão as performances Treze gestos de um corpo; Será que é uma estrela?; Herman Schmerman; Minus 16. Os bilhetes podem ser adquiridos no Teatro José Lúcio da Silva e online.
Música em Leiria ganha patrocínios
“Festival está mais consolidado”
O Festival Música em Leiria apresenta-se, aos 35 anos, com a programação mais rica e robusta de sempre. O horizonte musical e de actividades artísticas está mais diversificado e conta com vários nomes de peso e abordagens artísticas.
O presidente da Direcção do Orfeão de Leiria justifica as escolhas com a necessidade de “respostas mais eclécticas na chamada música clássica” agora que, entende, o evento está mais “consolidado”.
“Notámos um aumento do público, na região e de fora dela. Por exemplo, segundo um questionário que fizemos, nos últimos anos, tivemos um aumento de 30% de espectadores vindos de fora dos concelhos onde acontecem os eventos”, revela Acácio de Sousa.
O robustecimento do Música em Leiria também se nota noutro aspecto importante, a entrada de novos patrocinadores. O maior de todos, refere o responsável, é a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Isto permitiu ao Orfeão de Leiria sonhar mais alto, ao mesmo tempo que, em contrapartida, foi protocolado o acesso gratuito a 20 jovens do Lar de Santa Isabel e do Internato Masculino de Leiria, nos espectáculos do festival.
O orçamento do Música em Leiria é de 100 mil euros, uma quantia que Acácio de Sousa diz estar garantida à cabeça. “Não haverá lucro, mas também não haverá prejuízo.”