O Serviço de Gastrenterologia do Hospital de Santo André, unidade do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) dispõe de um novo equipamento endoscópico, que permite realizar o exame de ecoendoscopia digestiva.
O equipamento permite efectuar mais exames e intervenções, com mais eficácia e segurança para os utentes, e “assume cada vez maior relevância na prática clínica, na caracterização e estadiamento de tumores do tubo digestivo, bem como na avaliação da patologia do pâncreas e vias biliares, no âmbito do Centro de Referência para a Área de Oncologia de Adultos – Centro Hepatobilio-pancreático e do Recto”, adianta uma nota de imprensa do CHL.
A directora do Serviço de Gastrenterologia, Helena Vasconcelos, citada no comunicado, refere que esta unidade “já dispõe de todos os meios técnicos necessários à realização de ecoendoscopia digestiva alta e baixa, permitindo dar resposta à maioria das indicações mais recentes da técnica”.
O novo aparelho resulta de um investimento de 261.566 euros, suportado na totalidade pelo CHL, e permite ao gastrenterologista a avaliação da mucosa em tempo real, a possibilidade de realizar punções/biopsias de nódulos/massas e quistos pancreáticos e nódulos linfáticos e hepáticos em tempo real, além de poder ser utilizado em procedimentos de intervenção, como drenagem de abcessos, intervenção biliar, entre outras intervenções.
“Este método de biopsia guiada por ecoendoscopia vai permitir analisar as lesões com mais precisão e rapidez, permitindo adequar e agilizar a terapêutica do doente, o que poderá ter um impacto definitivo na sua evolução clínica e no seu tratamento”, explica Helena Vasconcelos.
A especialista lembra que o número de doentes com neoplasias gastrointestinais e patologia do pâncreas e vias biliares tem vindo a aumentar, “tendência que se tem verificado não só no CHL, mas na maioria das unidades hospitalares do mundo ocidental”.
A complexidade destas patologias e das metodologias diagnósticas e terapêuticas obrigam a uma actualização constante e ao recurso a centros com diferenciação complementar. Nesse sentido, “a implementação da ecoendoscopia no CHL e a formação de gastrenterologistas tornou-se obrigatória para proporcionar os melhores cuidados aos doentes que assiste”.
Médico da Cirurgia I do CHL, que integra o Centro de Referência do Cancro Colorretal, Nuno Rama, também citado na nota de imprensa, salienta a importância deste novo método que “permite uma melhoria do arsenal imagiológico disponível para o estadiamento do doente com cancro colorrectal”.
O especialista acrescenta que “a acuidade diagnóstica é melhor com esta técnica em estadios iniciais do tumor” e o “acompanhamento dos utentes é realizado com melhor qualidade, uma vez que esta técnica, em estadios iniciais ou doentes submetidos a ressecções locais, tem uma boa exactidão e uma melhor relação custo-benefício para o utente”.
Estudos demonstram que a ecoendoscopia é um método eficaz no estadiamento de neoplasias do esófago, estômago e recto, pela sua elevada precisão (superior a métodos de imagem seccional convencional como a tomografia computorizada); na detecção de cancro pancreático, com uma eficácia de 100%, e altamente eficaz na definição do estadiamento local, particularmente a presença de invasão vascular; na deteção e estadiamento de neoplasias peri-ampulares (mais eficaz e preciso que outros métodos de imagem); e eficaz também na detecção da coledocolitíase.