Os fiéis que visitam Fátima e o Santuário sentem-se incomodados por arrumadores. Quem estaciona ou circula pelos parques de estacionamento do recinto e nos seus arredores é sistematicamente confrontado com o pedido de moeda.
O JORNAL DE LEIRIA constatou esse desagrado no local e percebeu que nem a presença da GNR é inibidora para os arrumadores. Mesmo sendo advertidos pelas autoridades, minutos depois voltam ao mesmo.
“Há pessoas que nos manifestam o desagrado [pela situação], mas mostram-se pouco colaborantes na apresentação de queixa formal”, admite o Santuário de Fátima, que insiste em que seja formalizada queixa junto da GNR, que tem sido alertada diversas vezes pela entidade religiosa para que afaste os pedintes e arrumadores da zona de culto.
O Santuário de Fátima acrescenta que “tem procurado junto das autoridades competentes – GNR – a resolução deste problema”.
Em resposta ao JORNAL DE LEIRIA, a GNR refere que se encontra a “trabalhar em colaboração com o Santuário na regularização” desta situação. No ano de 2016, a GNR revela que detectou sete infracções e até 31 de Julho deste ano, 15 infracções. Os autos elaborados foram enviados à entidade administrativa competente para instrução do processo que é a Câmara Municipal de
Ourém.
[LER_MAIS]“O Posto Territorial de Fátima tem patrulhamento diário nos parques do Santuário e encontra-se sensibilizado para a situação, tendo reforçado a sua presença nos locais mais prováveis da existência deste tipo de infracções”, sublinha a GNR.
Outra fonte da GNR de Fátima confirmou que a presença dessas pessoas incomodam “bastante” os fiéis. “Quando a pessoa não lhe dá a moeda que querem chegam até a ser mal-educados”, revela, explicando que a GNR faz o seu trabalho. “Identifica as pessoas e elabora autos de contra-ordenação, que envia para a Câmara de Ourém. No entanto, essas pessoas fazem prova de não ter rendimentos e nem pagam a coima.”
Segundo a mesma fonte, apesar dos militares serem presença assídua nos diversos parques e zona envolvente torna-se impossível patrulhar tudo. “Basta virar as costas e eles voltam a pedir. Tiramo-los de um parque e assim que saímos eles regressam.”