Vários responsáveis pela saúde reuniram-se em Leiria para articularem a melhor resposta para fazer face ao aumento da procura dos utentes pelos cuidados de saúde nesta época do ano.
Segundo uma nota de imprensa do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), o Conselho de Administração desta unidade de saúde reuniu com os responsáveis pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Pinhal Litoral.
O objectivo do encontro, que decorreu no Hospital de Santo André (HSA), em Leiria, esta terça-feira, teve como foco articular com os cuidados primários soluções para a situação de sobrecarga das urgências hospitalares, procurando definir e adoptar medidas imediatas.
O presidente do Conselho de Administração do CHL, Helder Roque, apelou à colaboração de toda a rede de cuidados de saúde, sugerindo a criação de medidas “extraordinárias” para assegurar a resposta aos utentes neste período de grande afluência às urgências.
A medida surge “numa altura em que ainda não se atingiu o pico da actividade gripal, prevendo-se, consequentemente, o agravamento da situação”, salientou.
Helder Roque demonstrou a necessidade de alargar os horários nos cuidados primários, para que possam ser uma resposta efetiva aos utentes que os procuram, evitando idas desnecessárias ao hospital, sobretudo, “nos períodos em que a urgência hospitalar fica mais sobrecarregada”.
O director executivo do ACES, Pedro Sigalho, informou que foi já feito um primeiro reforço do atendimento nos centros de saúde da sua área de influência (Leiria, Batalha, Pombal, Porto de Mós e Marinha Grande) desde dia 8 de Janeiro.
Este responsável acrescentou que foram reforçadas as equipas que funcionam das 17 às 20 horas, da segunda a sexta-feira, assim como no horário das 8 às 13 horas aos sábados, domingos e feriados (à excepção do Centro de Saúde de Pombal e de uma unidade da Marinha Grande).
“Temos nestes horários o dobro das consultas”, explicou Pedro Sigalho, citado na nota.
Por seu lado, a presidente do Conselho Directivo da ARSC, Rosa Reis Marques salientou a "necessidade de sensibilizar os utentes não urgentes para recorrerem à linha saúde 24 (808 24 24 24) e aos cuidados primários".
Só em caso de necessidade, “estes doentes serão encaminhados ao hospital, onde terão prioridade de atendimento dentro do seu grau de urgência, e estarão isentos de taxas moderadoras”.
Segundo Rosa Reis Marques, é” preciso informar os utentes, dizer-lhes quais são as soluções que podem procurar, e incentivá-los a usar corretamente os cuidados de saúde, para seu próprio benefício”.
Helder Roque assumiu ainda que tem uma urgência “muito pesada e sobrecarregada” e que esta situação, “infelizmente, não é nova”.
“Temos uma área de influência de 400 mil habitantes e uma população muito envelhecida, sem que tenhamos aumentado na necessária proporção os recursos humanos, e uma urgência que foi dimensionada para o HSA apenas, para 250 mil habitantes”, lembrou, ao garantir que a sobrecarga das urgências é um problema que existe durante todo o ano.