As sucessivas campanhas de recolha de lixo marinho realizadas nas praias portuguesas têm contribuído para a retirar da costa largas centenas de plástico, um dos grandes vilões quando se fala deste problema ambiental. Esses resíduos são depois depositados em ecopontos e encaminhados para a reciclagem, acabando, contudo, por “perder algum valor”.
Ora, para aproveitar “ao máximo” a potencialidade do plástico do mar, a Sirplaste, empresa de reciclagem deste tipo de material sediada em Porto de Mós, e a Revalor – Recuperação e Valorização de Resíduos, de Alcobaça, juntaram- se ao CEIIA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, de Matosinhos.
O objectivo desta parceria é “desenvolver tecnologia que permita utilizar o plástico de mar como matéria-prima”, explica João Vasconcelos, ex-secretário de Estado da Indústria e um dos mentores deste projecto, que incorpora os princípios da economia circular.
[LER_MAIS] A parceria começou a dar frutos há cerca de oito meses, com o desenvolvimento do projecto, que está já na fase de teste e de certificação. Para já, não é revelado o tipo de produtos que virá a ser produzido por aquelas empresas utilizando “exclusivamente” plástico de mar recolhido nas praias portuguesas.
João Vasconcelos adianta apenas que o projecto envolverá também “várias marcas internacionais”, sem, contudo especificar quais.
“É um dos melhores projectos relacionados com a economia circular que está a ser desenvolvido no País”, assegura o empreendedor, natural de Leiria, que não esconde o orgulho por ver a sua região já envolvida na “segunda geração de plástico”, agora assente em princípios de sustentabilidade.
“Leiria, cidade do plástico, afirmou-se como um grande pólo desta indústria. Agora, vai estar também à frente nesta nova geração de plástico”, afirma João Vasconcelos.