Foi o rosto da TUMG – Transportes Urbanos da Marinha Grande durante anos de grande efervescência naquela entidade. Mas, depois desse período de trabalho intenso, como administrador, Rui Pedrosa está hoje a cumprir um sonho antigo: regressou à faculdade.
Rui Pedrosa, natural da Freguesia de Vieira de Leiria, nasceu há 50 anos. Bom aluno a todas as disciplinas, acabou, por indicação da mãe, por escolher o curso de Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa.
Concluída a sua licenciatura, Rui Pedrosa ainda começou a fazer mestrado na área da Economia. Apesar de estar a sair-se bem no mestrado – e é com muita pena que recorda a sua decisão – Rui Pedrosa acabou por interromper o curso para fazer estágio numa empresa de moldes.
No entanto, as grandes promessas de trabalho que pensava vir a concretizar naquela empresa nunca se verificaram, e o jovem acabou por nem ter oportunidades na indústria nem ter possibilidade de dar continuidade ao mestrado.
Desse estágio de curta duração, Rui Pedrosa passou para a banca, onde trabalhou durante 16 anos. A função de administrador da TUMG foi exercida depois. Foram três anos, entre 2010 e 2013, de grande intensidade.
Estava praticamente tudo por fazer naquela empresa, recorda Rui Pedrosa, que exemplifica com números concretos: dos 18 mil passageiros que encontrou quando entrou na TUMG, a empresa passou a transportar 79 mil no ano em que a deixou.
Foram vários os percursos inaugurados e também as decisõestomadas – algumas das quais bastante polémicas – mas que ainda hoje se mostram eficazes, defende o administrador, que fala do estacionamento pago perto das lojas/serviços e do estacionamento gratuito localizado em zonas mais distantes do centro da cidade.
Foram tempos de que muito orgulha, salienta o antigo administrador, relatando que algumas pessoas que o criticaram por assumir o cargo na qualidade “de boy do PS”, já tiveram oportunidade de lhe apresentar desculpas depois de perceberem o trabalho que desenvolveu.
Rui Pedrosa foi coordenador da secção de Vieira de Leiria do Partido Socialista e foi também presidente de Assembleia daquela Freguesia. Mas depois de um período intenso de trabalho na TUMG, o antigo administrador acabou por ser aposentado por motivos de doença. “A política não dá saúde”, brinca Rui Pedrosa.
“Para não estar em casa a sentir-se apenas como motorista dos filhos”, teve então a ideia de tentar cumprir o sonho de criança. Teria sido certamente professor de História se a mãe não o tivesse dissuadido. Portanto, candidatou-se ao curso de História e está hoje de regresso à faculdade.
Decidiu mudar-se para Coimbra, onde vive durante toda a semana. Ao fim-de-semana regressa à Vieira e à companhia da família. Em Coimbra, é colega de curso de um amigo dos seus filhos. Aos 50 anos é o “velhote” para o resto dos estudantes.
Mas não deixa de viver intensamente esta fase. Frequenta as cantinas e está expectante com a fase da Queima das Fitas. Sem a pressão para encontrar emprego depois do curso, diz que as aulas são puro prazer. No futuro, está consciente da dificuldade, mas ainda gostaria de poder dar aulas de História.