Giovanna Vargas estava feliz e bastante emocionada. Aos 19 anos já capitaneia a equipa feminina de natação do Desportivo Náutico da Marinha Grande que, no passado fim-de-semana, em Leiria, alcançou o segundo lugar na 2.ª Divisão por equipas e, mais importante, garantiu o regresso ao escalão principal, de onde tinha caído na temporada passada.
Também estava orgulhosa com a “prestação de alto nível” das suas meninas, todas elas dos 13 aos 18 anos. A Bruna Simões, a Maria Amado, a Bruna Moiteiro, a Ariana Carapinha e a Margarida Madeira, “deram tudo aquilo que tinham, lutaram com garra e sem medo”.
Rapazes do BA e do Náutico continuam na 2.ª Divisão
O Náutico da Marinha Grande foi o único clube do distrito que esteve presente nas piscinas de Leiria para a 2.ª Divisão de clubes, garantindo a medalha de prata, apenas atrás do Sporting de Braga. Já entre os rapazes, o melhor foi o Bairro dos Anjos que, a jogar em casa, foi 11.º classificado. O Náutico foi 18.º e também garantiu a manutenção, ao passo que o Clube de Natação de Alcobaça foi 24.º – e último – sendo despromovido à 3.ª Divisão.
No total, foram batidos 21 recordes pessoais e alcançados sete novos máximos do clube. E por isso, a subida, apesar de bastante festejada, acabou por ser o corolário de uma equipa “equilibrada” e de uma época de trabalho, com “esforço e dedicação”.
“Sabíamos que existia uma grande probabilidade de subida se a equipa estivesse dentro das suas melhores marcas. As performances acabaram por ser para lá do esperado”, explica a nadadora, a quem as provas correram “muito bem”, com recorde pessoal aos 200 metros mariposa e o segundo melhor tempo aos 200 metros livres e 400 metros estilos.
[LER_MAIS]Para Giovanna, não há nada como disputar estas competições de clubes, “sempre mais emotivas”, com “mais incertezas”. “É mais gratificante partilhar esses momentos de glória com o resto da equipa e, por esse motivo, prefiro este tipo de prova.”
E tudo isto acontece num clube que treina todos os dias na piscina municipal da Marinha Grande, um tanque inaugurado há quatro décadas, obsoleto e onde tudo é diferente de uma piscina preparada para a natação de competição: os blocos, as bandeiras, a distância para a parede, a profundidade, até a largura das pistas.
“Certamente que se as condições fossem outras, o trabalho realizado também seria diferente. O modo de organização e gestão alteravam se, de forma a promover um planeamento ainda mais optimizado, permitindo a utilização de outras metodologias de treino, que nestas condições são impossíveis de serem implementadas”, diz Giovanna Vargas.
Ainda assim, afirma a capitã, naquele grupo “tem algo que os outros não têm”, o que acaba por fazer a diferença nestes momentos. Uma mística que a antiga capitã, Ana Elói, fez questão de passar à nova geração e, “mesmo estando longe”, acompanha e dá força como se estivesse ali, com elas.
Mas agora é tempo de começar a pensar no ano que vem, de tentar evitar a despromoção como aconteceu na primeira vez em que a equipa chegou a tal patamar, em 2018/19. E se o Bairro dos Anjos conseguir assegurar a manutenção no escalão principal, então na próxima temporada haverá duas equipas femininas do distrito no patamar mais alto da natação em Portugal.