“Combater a iliteracia, compreender o mundo que nos rodeia e desenvolver o espírito crítico” são pontos-chave que os responsáveis pelo 2.º Encontro Internacional de Contadores de Histórias se propõem alcançar.
Através de adágios, contos tradicionais, trava-línguas e outras formas de expressar narrativas orais imemoriais de vários países, os contadores incentivam alunos do ensino pré-escolar ao secundário e público em geral, de cinco concelhos da região, a transformar as histórias escutadas em reflexão pessoal.
Assim, o Encontro de Contadores de Histórias, organizado pel’O Nariz – Teatro de Grupo, de Leiria, acontece, este ano, de 3 a 8 de Fevereiro, com a participação de cerca de 1500 alunos das escolas do pré-escolar e ensino secundário, dos concelhos da Batalha, Leiria, Marinha Grande e Pedrógão Grande, a que se junta, este ano, Porto de Mós.
Argentina, Itália, Brasil e Portugal, são os países cujas tradições orais se cruzam, através dos contadores convidados, que participam ainda em sessões para o público em geral, no dia 7 de Fevereiro, às 21 horas, na Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, em Leiria, onde estarão os contadores Rodolfo Castro (Argentina), Jorge Serafim (Portugal), António Fontinha (Portugal), Cristina Taquelim (Portugal), Antonella Giradi (Itália) e Tâmara Bezerra (Brasil).
“A escolha destes países prende-se com a raiz latina e proximidade cultural e linguística da tradição oral”, explica Pedro Oliveira, director artístico d’O Nariz.
No dia seguinte, às 11 horas, A Biblioteca Municipal de Porto de Mós, abre as suas portas a Rodolfo Castro e Antonella Giradi para mais um encontro com o público.
Ao início do serão, pelas 21:30 horas, no espaço O Nariz, em Leiria, acontece a projecção de Sete Histórias à Sombra do Cajueiro, documentário sobre interculturalidade e “a partilha da experiência do ouvir e o que contam os contadores naturais da comunidade tradicional do Brasil”, realizado por Tâmara Bezerra, em parceria com o cineasta Marcelo Paes de Carvalho e coordenação pedagógica de Cristina Nobre.
Segue-se um debate onde participarão a autora, o dramaturgo Luís Mourão, a animadora cultural Patrícia Martins e a investigadora Cristina Nobre.
Contar histórias para crianças, referem os responsável pel’O Nariz, é uma acção que desenvolve o “estímulo para a aquisição de conhecimentos e competências não só a nível da linguagem”, mas também no desenvolvimento da personalidade.
“A avaliação que temos feito do trabalho dos últimos anos [O Nariz aposta, regularmente, desde há cerca de 10 anos, em encontros de contadores de histórias na comunidade escolar], baseia-se na observação directa que os professores fazem na sala de aula. Durante as sessões, alguns alunos fazem intervenções e, no fim, há outros que se manifestam e querem ficar e fazer perguntas ao contador. Tudo isso são indicadores de como as coisas estão a fluir. No geral, a resposta é positiva”, sublinha Vitória Condeço, co-organizadora.