Foi no concelho da Marinha Grande que mais se fez sentir o efeito do novo tarifário dos transportes públicos na região de Leiria, que entrou em vigor há um ano, com uma redução do preço de 50%. Entre Maio de 2019 e Fevereiro de 2020 (excluímos os meses de Março e Abril que, por força da pandemia, foram atípicos), os autocarros da TUMG registaram 404.149 utilizações, o que representa um aumento de 18,4% (mais 62.995 passageiros) face ao período homólogo.
Em Pombal, a subida no número de viagens foi residual (menos de 1%), mas houve um incremento na aquisição de passes mensais, que, entre Maio e Dezembro de 2019, subiram quase 25% (mais 296), tendo-se registado no final do ano “1.515 vendas de passes mensais”.
Em Leiria, o Mobilis registou entre Maio de 2019 e Março de 2020 quase 760 mil passageiros, ou seja, o mesmo número conseguido nos 12 meses anteriores. “Em Abril deste ano não houve passageiros e Março foi atípico, devido à pandemia”, nota Paulo Carvalho, administrador da Rodoviária do Lis, adiantando que, neste momento, a rede regista ainda uma procura “muito residual”.
Fátima Cardoso, administradora da TUMG -Transportes Urbanos da Marinha Grande – começa por explicar que os meses de Março e Abril deste ano foram “atípicos” e “não reflec tem a realidade” devido às medidas de confinamento impostas pela Covid-19. Pelo que, o balanço do primeiro ano de funcionamento do PART RLPrograma de Apoio à Redução Tarifária na Região de Leiria – deve ser feita apenas até ao final de Fevereiro, ressalva a dirigente, considerando que o aumento registado na rede TUMG (mais 62.995 validações no sistema de bilhética) “é a prova” de que os objectivos subjacentes à redução tarifária “foram alcançados”.
A administradora da TUMG frisa, [LER_MAIS]contudo, que o crescimento verificado na rede “não é resultado exclusivo do PART, estando também associado à entrada em funcionamento de uma nova linha, que iniciou actividade em Setembro e que faz a ligação entre a sede do concelho, Vieira de Leiria e a praia da Vieira.
Fátima Cardoso sublinha também que, ainda antes da entrada em vigor do PART, o preço dos passes “já era subvencionado”, com valores “socialmente acessíveis” e “muito abaixo do custo real” de operação. Com a adesão àquele programa, “os utentes já detentores de passes, assim como os novos utilizadores que optaram pelo transporte urbano no concelho da Marinha Grande, passaram ainda a beneficiar de 50% de redução”, com o passe mensal jovem e sénior a custar 7,5 euros.
“Por uma questão de racionalidade económica, os utilizadores dos transportes públicos estão a optar pelo passe mensal em detrimento do pré-pago, uma vez que 10 viagens têm o custo de 5 euros”, acrescenta Fátima Cardoso, que destaca as mais- -valias do programa na atracção de passageiros para o transporte público, com todas as vantagem que daí advêm.
Refere, por exemplo, “a redução do congestionamentos de trânsito, da emissão de gases de efeito de estufa, da poluição atmosférica, do ruído, do consumo de energia” e a diminuição dos encargos das famílias com os transportes, aumentando “o rendimento disponível”.
Mais 25% de passes em Pombal
No caso do Pombus – Transportes Urbanos de Pombal, o impacto maior do PART traduziu-se no aumento da venda de passes. “Durante o período de duração do PART 2019, entre 1 de Maio e 31 de D ezembro, aderiram ao programa 296 novos passes, tendo-se registado 1.515 vendas de utilização de títulos mensais (passes soc iais e de estudante) abrangidos pelo programa”, informa a Câmara.
Segundo o Município de Pombal, essa tendência manteve-se no início do presente ano. Nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2020 foram registadas 36.137 utilizações de passe, quando em igual período do ano passado tinham sido 35.009. Por outro lado, a venda de bilhetes único ou pré-comprados diminuiu (de 6.365, nos primeiros dois meses de 2019, para 5.489 em 2020).
“Os utilizadores que habitualmente adquiriam os títulos de bilhetes pré-comprados de 10 viagens, optaram por fidelizar o meio de transporte urbano Pombus como opção de deslocação na cidade”, refere o Município, sublinhando que “a maior influência do PART ocorreu com a indução da procura, com o aparecimento de novos utentes, contribuindo dessa forma para promover a utilização dos transportes públicos”, o que se traduziu em benefícios ambientais mas também, para o “orçamento familiar” dos utilizadores.
Sem dados disponíveis referentes à rede Gira, “devido a um problema no servidor” reportado pelo operador do ser viço, o Município da Batalha faz uma avaliação “positiva” do PART, quer pelas vantagens ambientais, quer pelo facto de “tornar a oferta do transporte mais equitativa”.