Quem, por estes dias, tem passado na Praça Arménio Marques, em Porto de Mós (junto ao cine-teatro), não ficará indiferente ao mural que está a ser criado na parede lateral de um dos prédios.
Executado por Paulo Carreira, artista luso-canadiano, este exemplar de arte urbana pretende comemorar o centenário do nascimento de Amália Rodrigues, que se assinala este ano, mas também “homenagear a diáspora portuguesa”, em particular a comunidade natural de Porto de Mós espalhada pelo mundo.
A iniciativa é Hermínio Alves (mais conhecido como Herman Alves), empresário nascido no concelho (freguesia de São Bento), radicado há cerca de 50 anos no Canadá. Ao JORNAL DE LEIRIA, o promotor, que está ligado também à organização de espectáculos, explica que a iniciativa começou a ser pensada no ano passado, quando, durante um evento de fado e de jazz realizado na Amália Lounge, um dos dois espaços culturais que tem na cidade de Montreal, anunciou o projecto.
Segundo conta, a ideia seria criar o primeiro de vários murais que pretende promover e custear junto de comunidades portuguesas em França, Canadá e EUA, em Montreal, durante o Festival Internacional de Portugal, que todos os anos tem lugar nesta cidade.
Só que, a Covid-19 veio alterar os planos. Não só porque o evento está cancelado, mas também[LER_MAIS] porque o artista entretanto escolhido acabou retido em Portugal devido à pandemia.
Lisboa foi a alternativa seguinte. “Com os serviços públicos fechados, não estava a ser fácil tratar das autorizações. Foi então que me lembrei do meu concelho. Propus a ideia à Câmara, que a acolheu e em pouco tempo estava tudo tratado”, refere Herman Alves.
Na mente deste empresário, ligado à restauração, à construção e à cultura, está ainda a realização de um espectáculo de apresentação do mural, onde os profissionais de saúde serão os convidados de honra, e que deverá contar com as participações de Custódio Castelos e Jorge Fernando, guitarristas que acompanharam Amália.
Esse será também o momento para a apresentação da música Grito de Esperança, projecto que junta Marta Raposo, Guilherme Valente e o próprio Herman Alves, que é também compositor e escritor, contando já com obras publicadas.
A par da actividade empresarial e cultural, Herman Alves, de 62 anos, têm-se destacado na área social, pelo apoio a pessoas em situação de sem-abrigo, uma causa à qual se dedica há cerca de duas décadas.