Jácia de São Pedro diz que encontrou em Leiria “anjos sem asas”. A viver na cidade há dois anos, elogia o acolhimento que lhe tem sido dedicado e que agora quer retribuir. “Estudei o conceito e o coração de Leiria. O que aprendi é que aqui as pessoas são cuidadosas, delicadas, curiosas e muito receptivas ao novo”.
Natural do Brasil, Jácia viveu na Alemanha e em Itália. E tem antepassados portugueses, de Belmonte, na família paterna. São todos estes elementos e experiência de vida que pretende colocar, com alma, no novo projecto a funcionar na Rua Dr. Correia Mateus, no edifício do Mercado de Santana, junto à entrada do Teatro Miguel Franco.
O restaurante Divino, aberto desde 1 de Julho, traz uma proposta baseada nos sabores de Itália e Portugal. Porque apesar de conhecer o mundo e de ter nascido do lado de lá do Atlântico, Jácia garante que “não tem melhor do que a comida portuguesa”.
Bacalhau e azeite
A gastronomia de Portugal e Itália cruzam-se na ementa do Divino. Vai haver massas e risotos, “mas também alguns elementos da cozinha portuguesa”, explica o chef Higino Teixeira.
Por exemplo, “um lombinho de bacalhau regado com um bom azeite”. Ou cabrito.
A ideia é apresentar clássicos da mesa nacional, como o arroz de tomate e o peixe, ao mesmo tempo que os melhores produtos da tradição portuguesa, alguns deles obtidos na região, se juntam em alianças sem fronteiras – é o caso do risoto do mar com gambas e algas ou do crumble de pêra-rocha.
Formado pela Escola Profisional de Leiria, Higino Teixeira começou a trabalhar no Algarve e circulou por hotéis e restaurantes de norte a sul do País, antes de chegar aos comandos do Divino.
Opções vegetarianas
Na proposta, inclui quatro pratos vegetarianos fixos, para ir ao encontro da preocupação de um número crescente de pessoas: “Temos de dar oportunidade a esse público de vir comer ao nosso restaurante”.
Inspirada pelo conhecimento adquirido em Itália no sector da restauração, também Jaciá acredita que a cozinha de Itália “pode ser misturada com o que tem de melhor em Portugal”. Desde logo, o pescado.
Projecto adiado pelo confinamento relacionado com a Covid-19, que temporariamente fechou ao público todos os restaurantes em Portugal, o Divino chega finalmente ao momento de abrir portas. Vai servir almoços e jantares, com escolha à carta ou – no período de almoço, dias úteis – sugestão de menu pelo preço de 8 a 9 euros por pessoa, com prato principal, café e sobremesa.
Uma alternativa numa rua já bem servida de restaurantes, que se complementam.
Apoiado por esplanada, o Divino promete ser um destino caloroso, com decoração sóbria e simples, mas elegante e harmoniosa.
Eventualmente, um reflexo de que existe algo maior e que cada um tem na alma a capacidade de o expressar em cada coisa que faz, acredita Jaciá de São Pedro. “Você pode ser uma divina pessoa, dependendo do que você dá. Cada um de nós tem algo de divino”.