O ministro das Infra-estruturas reconheceu hoje “razão” para a insatisfação dos autarcas do Oeste pelo atraso no concurso para a modernização da linha ferroviária do Oeste, mas assegurou que não há risco de perda de fundos comunitários.
Pedro Nuno Santos, que hoje viajou numa unidade recuperada nas oficinas da CP no Entroncamento, afirmou que tem existido “um esforço de investimento na IP [Infraestruturas de Portugal] muito grande”, estando em curso a contratação de técnicos e engenheiros para a recuperação dos atrasos no plano Ferrovia 2020.
Citado pela Agência Lusa, o ministro afirmou ser intenção do Governo lançar o concurso para a modernização da linha do Oeste “o quanto antes”, sem, contudo, se comprometer com uma data concreta.
Pedro Nuno Santos sublinhou que o Ferrovia 2020 pode ser executado até ao final de 2023, pelo que, ainda há tempo para a concretização daquele projecto (com um prazo previsto de execução de 24 meses).
“Temos dificuldades, falha de pessoal, que está a ser reposta e que ao longo dos anos tem contribuído para os atrasos. [Vamos] lançar o quanto antes, não vamos perder os fundos comunitários e obra vai ser feita”, declarou.
O projecto de modernização da linha do Oeste foi desenvolvido pela IP no âmbito do programa Ferrovia 2020 para ser executado, de forma faseada, em duas empreitadas.
A primeira, cujo concurso público foi publicado em Julho de 2019, corresponde à electrificação e modernização do troço entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, num investimento estimado de 68,5 milhões de euros. A segunda, entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, tem um valor estimado em 30,4 milhões de euros, mas o concurso ainda não foi lançado.
O atraso tem sido criticado por autarcas e pela Comissão para a Defesa da Linha do Oeste. Esta sexta-feira, dia 24 de Julho, a comissão irá promover uma vigília junto à estação da CP em Caldas da Rainha, para exigir a modernização/electrificação da linha do Oeste.
A fixação do preço máximo de 70 euros no passe, acordado entre a Oeste-CIM e a Área Metropolitana de Lisboa é outra das reivindicações. A acção decorrerá entre as 18 e as 20 horas.