O Santuário de Fátima e Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) asseguraram, esta tarde, que “não está previsto um plano de despedimentos” na instituição e que esta “não está, como nunca esteve, em falência nem numa situação de insolvência”.
Numa conferência de imprensa que marcou o encerramento da comissão permanente da CEP, o organismo representativo dos bispos, descartou um cenário de despedimentos no Santuário, alegando que, a acontecer, as saídas de trabalhadores ocorrerão por antecipação de reformas, não renovação de contratos ou acordos com os próprios trabalhadores.
“Não se trata de despedimentos. Quando há uma reforma porque o trabalhador chegou ao seu tempo limite para a reforma, não é despedimento. Quando há uma reforma possivelmente antecipada, em que as pessoas recebem tudo aquilo a que têm direito, também não é despedimento. Ou quando há um acordo. Não há despedimentos e [as saídas] são sempre por iniciativa do trabalhador”, declarou o porta-voz da CEP, citado pelo jornal Público na sua edição on-line.
A posição dos bispos portugueses surge depois de, na semana passada, o Santuário ter anunciado um “plano de reestruturação interna” que visava reduzir os “custos fixos” e que incluía a redução de postos de trabalho, devido às quebras na presença de grupos organizados no recinto.
Entretanto, esta tarde, o Santuário emitiu um novo comunicado onde assegura que, “para além dos trabalhadores que pretendam aderir aos incentivos em curso para desvinculação voluntária, não está previsto um plano de despedimentos”.
No documento, a instituição garante ainda que “graças ao generoso contributo dos peregrinos, não está, como nunca esteve, em falência nem numa situação de insolvência” e que as medidas “definidas e tomadas visam manter uma gestão rigorosa, equilibrada e profissional para garantir preventivamente a sustentabilidade do Santuário de Fátima no futuro”.
De acordo com a nota de imprensa, desde o início da pandemia, o número de peregrinações organizadas registou uma queda “na ordem dos 99%”. Situação que, além do impacto “na diminuição do fluxo de trabalho de muitos serviços do Santuário”, provocou “uma quebra de 77% dos donativos”, o que obrigou a instituição “a rever responsavelmente as suas opções orçamentais”.
Naquele comunicado é sublinhado que, apesar do contexto difícil, foram honrados todos os compromissos com trabalhos sem recorrer a qualquer medida de apoio externo, garantido pagamento “integral e pontual aos fornecedores” e concedidos apoios a instituições sociais, famílias carenciadas e à Igreja em Portugal na ordem os 780 mil euros.
“O Santuário de Fátima tem uma função social importante, da qual não se demite. Por isso, neste período da pandemia, aumentou em 60% os apoios a famílias e pessoas carenciadas”, acrescenta a instituição.
Na nota de imprensa, o Santuário esclarece ainda que, apesar de já não serem divulgadas publicamente (prática que foi interrompida em 2006), as suas contas são, desde essa data, “devidamente aditadas por entidade externa”.