O ministro do Ambiente disse ontem que não será construída uma estação de tratamento de efluentes suinícolas para mitigar a poluição na bacia do rio Lis e responsabilizou os suinicultores.
“Sem qualquer compromisso não há razão para construir. Se a fizéssemos íamos ficar todos muito contentes no dia da inauguração, havia certamente umas fotografias simpáticas, está aqui a solução, e depois íamos continuar a ter a Ribeira dos Milagres poluída”, declarou, à margem de uma visita à Mata Nacional de Leiria, no concelho da Marinha Grande.
Segundo Matos Fernandes, o problema não está no valor do investimento. “O problema está na garantia e no compromisso de quem produz efluentes de os levar, porque não existe uma rede de esgoto. Eles têm de ser transportados e têm um custo”, afirma. Um compromisso que “falhou muitas vezes no passado e os interlocutores [de hoje] são os mesmos”.
Por esse motivo, o ministro conclui que a construção de uma grande estação de tratamento seria “uma solução absolutamente ineficiente”. E acrescenta: “Não há maturidade de relação com os suinicultores que justifique a construção de uma obra pública”.
A alternativa, segundo Matos Fernandes, passa por “agir sobretudo no sentido da responsabilização, da penalização e do encontro de outras soluções que não são tecnologicamente sofisticadas”. Designadamente, recorrer a estações de tratamento que já existem, que têm capacidade para receber efluentes suinícolas, mediante pagamento pelos suinicultores.
Os números da operação estarão prontos no próximo mês de Fevereiro, adianta o ministro.