“Poderemos estar a falar de um novo potencial turístico, que pode melhorar com a construção deste projecto e com isso atrair uma nova oferta turística que a região actualmente não tem estruturada.”
Esta é uma das vantagens que Gonçalo Lopes, presidente do Município de Leiria, aponta para a construção da ciclovia do Lis, que vai ligar Leiria à Marinha Grande pelo rio.
Aprovado em reunião de Câmara extraordinária, o percurso de Leiria até à foz do rio, na Marinha Grande, terá cerca de 25 quilómetros, dos quais 17,6 são no concelho de Leiria e sete no concelho da Marinha Grande, explicou um dos engenheiros responsáveis pelo projecto, Pedro Teiga, durante a apresentação.
Segundo Gonçalo Lopes, “esta ciclopista poderá ter actividades complementares de animação turística e ser objecto de caminhadas e e de percursos pedestres”.
“Poderá ancorar e ampliar o turismo de Monte Real e tudo o que tenha a ver com áreas relacionadas com a restauração e alojamento”, acrescentou o autarca.
[LER_MAIS]O projecto será candidatado a fundos comunitários do PAMUS – Plano Acção de Mobilidade Urbana Sustentável, cuja comparticipação pode chegar aos 85%. Com um investimento previsto de 6,6 milhões de euros, ao Município de Leiria cabe o pagamento de 4,6 milhões de euros e à Marinha Grande dois milhões.
A execução do projecto, da responsabilidade da autarquia de Leiria, será feita com recurso a técnicas de engenharia natural e com a valorização dos percursos já existentes ao longo do rio, permitindo o uso de meios de mobilidade suave.
A ciclovia irá contribuir para a “valorização do corredor ribeirinho, na estratégia de aproveitamento social destes percursos em termos de mobilidade suave entre territórios e acção de descarbonização nas deslocações de curta distância em orografias confortáveis”, refere a proposta.
Gonçalo Lopes salientou que a utilização da ciclovia servirá ain-da como “fiscalização” para a poluição do rio provocada por determinadas actividades económicas.
O projecto prevê uma intervenção no pavimento, tal como a inclusão de mobiliário e a criação de 11 portas de entrada nesta ciclovia, que fará ligação ao percurso Polis, na cidade de Leiria, e serão criados jardins com base em espécies autóctones, o que facilitará a sua manutenção.
A ciclovia do rio Lis terá um contador de utilização, o que permitirá não só saber quantas pessoas estão a utilizar a via, como a redução da taxa de carbono face à menor carga automóvel. Há ainda um alerta de cheias, que é dado através da indicação da subida do nível da água, o que “aumenta a segurança de pessoas e bens”, disse Pedro Teiga.
Gonçalo Lopes considerou que esta é uma obra há muito “ambicionada”, pelo que mesmo que não haja fundos comunitários o projecto irá manter-se, mas avançará “de forma faseada”.
“Nunca desistiremos deste projecto, porque é muito importante para a forma como pensamos o futuro, muito assente na área do ambiente e ecologia e hábitos de vida saudáveis.”
O vereador do PSD Álvaro Madureira sugeriu que a autarquia estenda a ciclovia de Leiria às freguesias de Parceiros e Maceira, considerando que seria importante o projecto ligar a nascente à foz do rio.