O coordenador da task force da vacinação, o vice-almirante Gouveia e Melo considera que o poder autárquico tem sido “fundamental” no combate à pandemia e na concretização do plano de vacinação.
Os elogios e agradecimentos foram feitos na solene do Dia do Município de Leiria, onde foi o orador convidado.
“Sem esse braço armado que é o poder autárquico, não teríamos conseguido aumentar as soluções de vacinação massiva que neste momento temos”, afirmou.
Em declarações aos jornalistas, o vice-almirante sublinhou o papel que as autarquias desempenharam num primeiro momento, quando a vacinação ainda não era massiva, mas abrangia “núcleos muito difíceis de encontrar: pessoas com mais de 80 anos isoladas, que era preciso encontrar e trazer ao processo de vacinação”.
“Isso foi feito muito com a ajuda do poder autárquico”, enalteceu, realçando ainda o apoio dado pelas autarquias na fase da vacinação massiva, em que o País de encontra, com a disponibilização de espaços, de pessoas e até, “em alguns casos, com a contratação de enfermeiros”.
Já no seu discurso, durante a sessão, o vice-almirante tinha agradecido às autarquias, às estruturas da administração central e a “todos” os profissionais envolvidos na vacinação, numa “união de esforços em que todos contributos da nação são importantes”.
Gouveia e Melo evocou D. Dinis e a Rainha Santa Isabel, monarcas com ligação a Leiria que, no seu entender, devem servir de inspiração à guerra que se está travar contra a pandemia.
No caso de D. Dinis, porque “foi organizador, agregador de vontades e unificador do reino”, características “muito importantes” no combate à Covid-19.
No caso da rainha, pelo seu olhar e solidariedade para com as pessoas, sobretudo as mais frágeis.” As pessoas são o fulcro da sociedade”, enfatizou o coordenador da task force, que esta tarde visitará o centro de vacinação instalado no Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria.
Momento “mágico” deverá ser atingido no início de Agosto
Sobre o balanço do plano de vacinação, o vice-almirante apontou o início de Agosto como o momento “mágico”, quando 70% da população portuguesa terá, pelo menos, uma dose da vacina.
“Se tudo correr bem, se as vacinas chegarem, tivermos as vacinas que pensamos ter disponibilizadas”, esse ponto será atingido dia 8 de Agosto, precisou Gouveia e Melo em declarações aos jornalistas.
Questionado sobre se, nessa data, se atingirá a imunidade de grupo, o responsável sublinhou que esta questão é uma discussão ainda científica.
“Neste momento, não se sabe neste vírus se a pessoa que está imunizada pode ou não ser transportadora do vírus. Se não for transportadora do vírus, significa que atingimos a imunidade de grupo e o vírus começa a morrer na comunidade”, referiu.
Sobre a quantidade de vacinas que deverão chegar a Portugal para atingir a meta traçada para o início de Agosto, o coordenador da task force disse que quantidade contratada e que está prevista chegar será suficiente para atingir esse objectivo.
Mas, advertiu: já fomos defraudados antes e, portanto, eu nunca quero garantir nada escrito na pedra, porque é uma variável exógena, não depende do País”.