Adiado pela pandemia, para 2026, o encontro à mesa que de cinco em cinco anos reúne actuais e antigos colaboradores do Teatro Amador de Pombal (TAP), e já são mais de duas centenas, a celebração do 45.º aniversário da companhia centra-se no palco e concentra-se nos dias 15, 16 e 18 de Julho, com luz verde para outro tipo de festim, a encerrar as actividades: O Banquete, peça encenada por António Oliveira e Julieta Rodrigues.
“A nossa luta é constante e é diária”, resume Humberto Pinto, presidente da associação que confere existência jurídica ao colectivo TAP, nascido, oficialmente, a 13 de Julho de 1976, como grupo de teatro de uma escola.
Os sucessivos confinamentos em 2020 e 2021, e o carácter amador da companhia, com 15 membros que incluem, por exemplo, estudantes, enfermeiros, professores, bancários e pintores da construção civil, não cortam as asas ao TAP, que está a ensaiar uma nova produção, a preparar a participação na encenação histórica O Rei que Nunca foi Rei, de O Nariz, agendada para 31 de Julho e 1 de Agosto no Castelo de Leiria, e a organizar, como habitualmente, o Festival de Teatro de Pombal, em parceria com o Município.
Se o contexto que a Covid-19 determina “é diferente”, a missão do TAP num concelho de 51 mil habitantes, a meio caminho entre as capitais de distrito Leiria e Coimbra, é a mesma de sempre, assinala Humberto Pinto: “Dinamizar a cultura em Pombal, seja ou não teatro, e levar as pessoas a ver espectáculos”.
Para chegar ao objectivo, em qualquer circunstância a dedicação e a versatilidade têm de superar a escassez de meios. “Tanto andamos a carregar como entramos como actores. É o que for preciso”, refere o presidente da associação. E o que mantém a união é “o prazer de fazer teatro” e de “aprender” em diferentes projectos: “Procuramos sempre trabalhar com os melhores encenadores em Portugal”.
Depois de O Banquete, apresentado ao público pela primeira vez no ano passado, a próxima produção do TAP, com o encenador Ángel Fragua, tem estreia agendada para Setembro e baseia-se na recolha Contos Tradicionais do Povo Português, do século XIX, da autoria de Teófilo Braga.
Ao longo dos anos, passaram pelo Teatro Amador de Pombal nomes que actualmente são profissionais do sector da cultura, como é o caso de Igor Lebreaud, Tiago Poiares, Miguel Sopas ou Filipe Eusébio, este último director artístico da Casa Varela. Até ao próximo convívio que vai juntar toda a família, em 2026, Humberto Pinto não esconde a ambição de ver a companhia com “um papel mais interventivo”, precisamente, na formação de actores.