Entre pedra, ferro, madeira, água e fogo, sai da forja um novo restaurante em Porto de Mós, que é uma espécie de observatório, de onde olhar a serra, o rio e o castelo.
Abre ao público esta sexta-feira, 20 de Agosto, com propostas de autor para reinterpretar a gastronomia portuguesa e regional.
A liderar a cozinha encontra-se um filho da terra, Telmo Coelho, formado pela Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril. No currículo tem vários anos de colaboração com Vítor Sobral, um dos mais conhecidos chefs portugueses, com quem trabalhou nos projectos Otro, Balcão da Esquina, Peixaria da Esquina e Tasca da Esquina, depois de passagens pelos restaurantes A Taberna no El Corte Inglés de Lisboa, Pontuel (Leiria) e Vinho em Qualquer Circunstância (Batalha).
A ementa inaugural do Ponte Vista – espaço que disponibiliza duas salas de refeições e uma esplanada na cobertura – compreende, na lista de entradas, morcela de Mira de Aire e Porto de Mós com ananás e creme verde, ainda espargos gratinados com puré de cogumelos trufados e queijo e também carpaccio de novilho servido com rúcula, queijo, frutos secos, alcaparras, azeite de baunilha e tostas.
Os pratos de peixe incluem bacalhau no forno, bife de atum, tranche de garoupa e polvo confitado, enquanto o cachaço de porco em molho de amêijoa, o cabrito no forno e o bife do lombo com molho de cogumelos e trufas preenchem as opções de carne, que também passam pela grelha: vazia maturada, maminha e piano.
A espetada terra e mar, o arroz de peixe e camarão, as massas e as saladas completam a oferta. Nas sobremesas, destaque para o bolo de requeijão, milho e caramelo, o pudim de chá verde com crumble e o brigadeirão com sopa de morangos.
O restaurante está localizado no coração da vila forte, encostado à ponte sobre o rio Lena, no parque Almirante Victor Trigueiros Crespo, o chamado Parque Verde. Vai funcionar todos os dias entre o meio-dia e a meia-noite, com menu executivo ao almoço (12,50 euros por pessoa) e serviço à carta ao jantar (preço médio de 15 a 25 euros por pessoa, bebidas incluídas).
Durante o dia, o segmento empresarial é o principal público-alvo. Turistas e famílias são outros grupos prioritários, sobretudo no período nocturno e fins-de-semana.
E em Setembro, o hostel
Natural de Mira de Aire, no concelho de Porto de Mós, que abandonou muito cedo, ainda criança, Mário Santos é o responsável pelo investimento, depois de uma vida no estrangeiro, a trabalhar na Europa, em África e na América do Norte, que só há quatro anos o devolveu ao país de origem.
Com a mulher, Adriana Grazini, quer aproveitar “o petróleo de Portugal”, que considera ser “o acolhimento aos turistas”.
Com “sentimento de patriota” e um entusiasmo “de coração” que o liga às raízes, Mário Santos vê no Ponte Vista um contributo para colmatar o défice de oferta na restauração em Porto de Mós, à porta do parque natural das serras de Aire e Candeeiros e muito perto de Fátima, dos mosteiros de Alcobaça e Batalha e da praia da Nazaré.
Na próxima fase do projecto, provavelmente já no mês de Setembro, está prevista a abertura do 5ª Vigia, um hostel de espírito boutique com oito quartos e capacidade até 24 hóspedes em simultâneo, que procura atrair estrangeiros do norte e centro da Europa e clientes do turismo de Natureza.