A Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) está hoje reunida em plenário, em Pombal, para analisar a situação de escalada no preço dos combustíveis e aprovar medidas para o futuro do setor, confirmou o seu porta-voz.
Contactado pela agência Lusa, o porta-voz da Antram, André Matias de Almeida, confirmou que mais de 200 empresas associadas estão reunidas em plenário para “discutir a situação actual e o momento que o setor atravessa”, com a subida do preço dos combustíveis.
Do plenário deverão sair medidas para fazer face ao aumento do preço dos combustíveis e para o futuro do setor, acrescentou.
Em entrevista hoje ao programa da TSF e do Dinheiro Vivo, A Vida do Dinheiro, André Matias de Almeida antecipou algumas medidas que espera ver aprovadas pelos associados, como o pedido ao Governo de redução do IVA dos combustíveis.
“A questão do IVA tem muito mais impacto para a vida dos portugueses – respeita à tesouraria que as empresas poderiam ter para que as nossas empresas não tivessem de repassar imediatamente esse custo” do aumento do gasóleo para a fatura dos clientes, afirmou.
A Antram pode também vir a solicitar uma linha de apoio à tesouraria das empresas, considerada “fundamental para assegurar a continuidade destas empresas, dos postos de trabalho e das entregas sem interrupção”, assim como o cumprimento do acordo estabelecido com a Associação das Empresas de Distribuição (APED) para as cargas e descargas.
“Eu não posso ter uma carga e descarga a demorar seis horas quando se prevê que leve duas – esse veículo já não fará as mesmas entregas no dia, a horas” e por isso não há produtividade no setor, justificou o porta-voz da Antram.
Segundo esta associação, as gasolineiras estão a lucrar com uma melhoria das receitas, o que levou André Matias de Almeida a defender que “não se pode, à boleia de uma guerra e de problemas económicos, ter margens mais altas de lucro”, por isso o Governo deveria estabelecer um tecto para as margens de lucro.
O Governo estima que o gasóleo possa aumentar 16 cêntimos e a gasolina 11 cêntimos por litro na próxima semana, tendo usado estes valores para calcular a redução do ISP necessária para neutralizar a subida da receita com IVA.
O valor foi avançado, na sexta-feira, pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, com o governante a salientar que este foi assumido com base na evolução das cotações dos mercados e também com o conhecimento dos mercados.