Um “fracasso que tem de ser imputado em primeiro lugar” ao presidente da câmara pelas “opções estratégicas erradas que tomou”. É desta forma que a concelhia de Leiria do PSD reage à exclusão de Leiria da fase de selecção final a Capital Europeia da Cultura em 2027.
Em comunicado, a estrutura do PSD alega que a candidatura “chumbou porque não correspondeu suficientemente aos critérios de atribuição e avaliação” e defende que “é hora de repensar a continuidade da ‘Rede Cultura 27 tal como idealizada”.
Para os sociais-democratas, a “exclusão da candidatura de Leiria da fase de selecção final a Capital Europeia da Cultura em 2027, veio revelar o erro por uma opção estratégica que se disse ser diferenciadora, e à qual se apelidou ‘Rede Cultura 27’”.
“Com o chumbo de Leiria a Capital Europeia da Cultura ficou claro que a candidatura não correspondia aos objectivos gerais, específicos e operacionais de salvaguardar e promover a diversidade de culturas na Europa, realçar os aspectos comuns que partilham, aumentar o sentimento de pertença dos cidadãos a um espaço cultural comum e fomentar a contribuição da cultura para o desenvolvimento a longo prazo das cidades”, pode ler-se no comunicado do PSD.
“Derrota política”, diz o BE
Por seu lado, a concelhia de Leiria do Bloco de Esquerda (BE) considera a exclusão da candidatura uma “derrota política do executivo” socialista. Partilhando o lamento que o PSD também faz sobre a exclusão da candidatura, os bloquistas entendem que “importa agora reflectir no caminho e na estratégia que têm vindo a ser tomadas pelo executivo”.
Perante este “clamoroso falhanço, deve o presidente da câmara prestar contas aos munícipes”, com “uma demonstração discriminada dos montantes gastos e de que forma ajudaram (ou não) a solidificar uma base de estratégia para o desenvolvimento da cultura no município de Leiria”, acrescentam os bloquistas em comunicado.
O BE de Leiria informa ainda que irá , “através dos meios próprios, solicitar toda a informação necessária ao município por forma a promover uma discussão pública e esclarecida sobre as razões que levaram a este afastamento precoce” da candidatura de Leiria, “tendo em vista o eventual aproveitamento futuro do ‘capital’ humano e financeiro investido”.
Para o BE, a cultura “não é nem pode ser, como aliás se confirma agora, uma bandeira cuja única utilidade é ser agitada em período eleitoral”.
“A cultura faz-se todos os dias, os profissionais que a fazem devem ser valorizados com progressões nas carreiras e vínculos estáveis e a democratização ao seu acesso deve ser um desígnio inquestionável em qualquer altura do mandato”.
O partido acrescentou que “este fracasso é sintomático da falta de perspetiva e desorientação da estratégia cultural em Leiria”.
“O Bloco de Esquerda de Leiria agradece a todos os agentes culturais, sem exceção, que de alguma forma se envolveram nesta candidatura e que a fizeram ser possível e reitera a sua luta pelo fim da precariedade no setor da cultura e pela valorização de todos os que a fazem”, rematou.