A Central das Artes, novo espaço cultural criado nas ruínas da antiga Central Termoelétrica de Porto de Mós, será inaugurada a 25 de Junho.
O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara, Jorge Vala.
Construída nos anos 30 do século XX, a Central Termoelétrica levou eletricidade pela primeira vez ao concelho, mas também difundiu cultura: tinha uma sala de cinema, na qual o electricista-chefe exibia filmes.
Criada para servir a Empreza Mineira do Lena, a unidade a carvão esteve sem actividade durante décadas.
Obras de requalificação que decorreram desde 2016 recuperaram o edifício, que será destinado a acções culturais, abrindo portas ao público no dia de abertura das festividades concelhias de Porto de Mós, as Festas de São Pedro.
A intervenção custou quase três milhões de euros, com comparticipação europeia de cerca de 80%, avançou o autarca, que antecipou a Central das Artes como “um pólo de dinamização e de atracção muito importante” para Porto de Mós.
O novo espaço apenas estará a funcionar a 100% “no final de 2023”, explicou Jorge Vala, que pretende instalar na Central das Artes “tudo o que tem que ver com o ‘backoffice’ da Câmara, como a digitalização do arquivo municipal ou a modernização administrativa”.
“Mas este é um espaço de cultura”, vincou o presidente da autarquia, que pretende mudar para a Central das Artes toda a actividade cultural relacionada com o município.
A partir do novo espaço, “todo o espólio e património do município” será trabalhado “de uma forma diferente”, “mais próxima da população”, estando em preparação um programa de exposições itinerantes “para irem a todas as freguesias do concelho”. Ao mesmo tempo, pela Central das Artes vão passar “grandes exposições [produzidas] em conjunto com várias entidades”.
“Passaremos a ter um espaço que será ao mesmo tempo conservador e disruptivo. Queremos que este espaço tenha o que é o nosso património cultural, mas também outro tipo de exposições contemporâneas. É um factor que, certamente, colocará Porto de Mós no mapa”, sublinhou.
Na abertura, a Central das Artes receberá a cerimónia dos Prémios D. Fuas, destinados ao sector empresarial, e uma exposição conjunta: pintura de Marta de Castro e escultura de Luís Amado, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, natural de Porto de Mós. O novo espaço cultural recebe a primeira exposição conjunta do casal.
Apesar de reconhecer a importância da requalificação da antiga Central Termoelétrica, o presidente da Câmara – eleito pelo PSD – entende que a obra “não era prioritária”.
“Não podemos avançar para obras desta dimensão sem pensar em abastecer o resto do concelho com água ou avançar mais no saneamento básico. A opção do outro executivo [PS] foi avançar com esta obra. Fizeram uma candidatura, iniciaram as obras e tenho muito respeito pelo dinheiro público e, portanto, não iria abandonar a obra”, notou.
Por isso, o investimento necessário para a Central das Artes funcionar em pleno será feito “com muita calma”, o mesmo se passando com a remodelação de outro espaço cultural da vila que necessita de intervenção, o cineteatro.
“Temos um estudo feito que prevê a ampliação significativa, de 230 para 350 lugares. É um investimento de dois milhões de euros. Mas estamos a fazer um financiamento para saneamento básico [no concelho] e esta é que é a nossa prioridade”, resume.