O programa inclui uma jantarada comunitária e uma sessão de música improvisada na Adega do Luís. Pela primeira vez em formato festival, o Nascentes 2022 acontece durante cinco dias na aldeia das Fontes, concelho de Leiria, com concertos, residências artísticas e actividades para crianças, mas, também, sessões de dança e petiscos, um piquenique, jogos e uma caminhada.
É, segundo Gui Garrido, director artístico do projecto da Omnichord, “um reencontro de pessoas, lugares e paisagem”, com a colaboração activa da Associação Cultural e Recreativa Nascente do Lis.
É, também, uma oportunidade para o cruzamento entre artes, ecologia e partilha, um ponto de confluência onde se exaltam “diferentes sensibilidades” e se promove “a pluralidade”.
Entre 29 de Junho e 3 de Julho, para celebrar o lugar e a comunidade, estão anunciados concertos de Bandua, 5ª Punkada, A Voz do Rock, First Breath After Coma, Whales, Inês Bernardo com Nuno Rancho, Ana Luana Caiano, Gãrgoola e aquela que muitos consideram a banda mais importante de São Tomé e Príncipe: África Negra.
No cartaz de música, há ainda quatro espectáculos que resultam de outras tantas residências de criação que juntam Rui Gaspar e Surma, Labaq e Pedro Melo Alves, Pedro Marques e Ricardo Graça e o trio André Ramalhais, João Maneta e Paulo Bernardino.
A Voz do Rock é um colectivo de Viseu com vários elementos já na terceira idade, enquanto os 5ª Punkada são utentes da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra que recentemente gravaram o álbum de estreia, editado pela Omnichord, de Leiria.
Em 2022, o Nascentes dedica especial atenção aos mais novos e as propostas que lhes são dirigidas contemplam oficinas de expressão plástica, jogos didácticos e brincadeiras de rua. O concerto a desenhar por Inês Bernardo e Nuno Rancho suporta-se no cancioneiro infantil antigo e moderno.
Já nas residências de criação, os artistas são convidados a pensar o espaço e as possíveis formas de o activar com a arte.
O acesso a todas as actividades é gratuito, à excepção do jantar comunitário, sujeito a inscrição.
Segundo a equipa que organiza o Nascentes, com o apoio do JORNAL DE LEIRIA e a intervenção directa da população da aldeia das Fontes, o programa pretende relacionar “artistas e espaços, natureza e criação, rasgo e tradição”.
O festival inspira-se na ideia de que “a integração e o desenvolvimento social têm, na sua base, um trabalho de encontro com as pessoas, os lugares e os hábitos” e procura chamar a atenção “para a importância da preservação de formas de ser e estar que promovam a entreajuda e o espírito comunitário”.
Através da vivência e da convivência propõe-se valorizar a experiência e a sabedoria tradicional e sensibilizar para práticas de sustentabilidade.
“A grande diferença” por comparação com 2021 é que este ano o Nascentes “convoca” o público para um programa concentrado em cinco dias que dá a conhecer o “universo poderoso” que é a aldeia das Fontes, explica Gui Garrido.
“O Nascentes só acontece com a força da Associação [Nascente do Lis] e das pessoas que gravitam à volta da Associação”, salienta. “É fundamental, um grande parceiro criativo”.
Na edição inaugural, em 2021, o Nascentes decorreu ao longo de cinco semanas, com residências e conversas, que juntaram quase três dezenas de investigadores, artistas e músicos e permitiram desenvolver junto ao rio Lis um circuito de instalações com elementos sonoros e visuais.