O presidente da Associação Empresarial da Região de Leiria (Nerlei), António Poças, defende que a “localização óbvia” para a nova infraestrutura aeroportuária do País é a norte do rio Tejo.
“Não havendo condicionalismos que o impeçam, a Nerlei considera que a localização óbvia do novo aeroporto seria a norte do rio Tejo, pois é aí que está a maioria da população e da actividade económica que mais utiliza, e utilizará, esta infraestrutura”, afirmou à Lusa o empresário.
Numa resposta escrita, o presidente da Nerlei salienta que, com esta localização, “evitava-se a construção de novas infraestruturas de acesso, que exigem investimentos avultadíssimos, como seja uma nova ponte de travessia do Tejo”.
António Poças considera, por outro lado, que o País está “já a perder” e vai “perder ainda mais, por esta decisão não ter sido já tomada há vários anos”.
“Ouça-se quem se deve ouvir, procurem-se os consensos possíveis, mas tome-se uma decisão”, defendeu o responsável da Nerlei, salientando que “não há razão para adiar mais esta decisão, que é estratégica para o desenvolvimento do País e que deve ser feita com base em critérios de eficiência económica, ambiental e financeira, e pensada a longo prazo”.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro, o socialista António Costa, determinou a revogação do despacho que apontava os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que no dia anterior apresentou esta proposta.
A solução apontada passava por avançar com o projeto de um novo aeroporto no Montijo complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, para estar operacional no final de 2026, sendo os dois para encerrar quando o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete estiver concluído, previsivelmente em 2035.
No mesmo dia, António Costa defendeu que na nova solução aeroportuária para a região de Lisboa se tem de “trabalhar para uma solução técnica, política, ambiental e economicamente sustentável – uma solução que seja objeto de um consenso nacional, designadamente com o maior partido da oposição”.
Entretanto, o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Leiria, Gonçalo Lopes, pediu ao Governo para equacionar as localizações da Ota e Alverca para o futuro aeroporto.
“É o momento de conseguir tomar as decisões corretas e implementá-las de maneira rápida. E, por isso, a nossa posição – e que já está a ser também debatida com outras CIM (…) é que o Governo deverá, uma vez que deu abertura a um debate profundo sobre esta matéria nos próximos tempos, incluir novamente na análise a solução a norte do Tejo”, neste caso Alverca e Ota, afirmou Gonçalo Lopes, também presidente da Câmara de Leiria.
Para o autarca, a solução é aquela que, do ponto de vista económico e ambiental, “foi, durante muito tempo, nomeadamente a Ota, classificada como uma das melhores propostas”.
Além de Leiria, integram esta CIM os Municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.