Imagine que, ao passar por um outro carro ou por um viaduto, uma pedra é, acidentalmente, projectada contra o seu vidro do pára-brisas e, no local do impacto, forma-se, como por magia, uma fenda ou uma estrela.
O que fazer para garantir uma reparação ou substituição rápida? Abordemos o problema por partes.
Felizmente, a maior parte dos seguros automóveis oferecem cobertura de quebra isolada de vidros e há empresas que trabalham directamente com as seguradoras, pelo que será possível mudar ou reparar o vidro danificado de uma forma bastante rápida.
Mas atenção, tratando-se de companhias seguradoras, há várias condições e cláusulas legais contratuais que devem ser lidas e tidas em conta, no caso de ter subscrito um documento deste tipo.
Por exemplo, deve verificar o limite de vidros quebrados por ano ou o número de reparações ou de substituições.
Não obstante, um seguro deste tipo é sempre uma garantia e uma ajuda, em caso de fractura ou quebra de vidro.
Na região, embora haja outras, uma das empresas que trabalha neste ramo do sector automóvel é a Glassdrive Leiria.
“Basta contactar-nos ou trazer o carro e tratamos de todo o processo. Fazemos o comunicado à companhia de seguros e, após resposta desta, tratamos da encomenda do material”, explica Pedro Lopes, um dos responsáveis pela empresa situada na Estrada das Moitas Altas, em Pinheiros (Marrazes), Leiria.
A seguradora demorará entre 24 a 48 horas a dar uma resposta.
A Glassdrive, depois, contacta o cliente e será acertada a reparação nas instalações da empresa ou esta poderá enviar uma equipa, com uma viatura, equipada para até, na rua, trocar um vidro, se tal for necessário.
A equipa móvel da Glassdrive pode deslocar-se à residência ou ao local de trabalho do cliente para proceder à operação necessária, desde que o local reúna as condições adequadas para o trabalho.
“Por exemplo, pode estar a chover e convém ter um espaço seco adequado para operar.”
Deste modo, assegura-se uma resposta a qualquer situação possível. É que o dano pode variar devido à composição e construção laminada do vidro da frente.
Por um lado, não estilhaça como uma janela lateral ou óculo traseiro, por outro, pode, apesar disso, obrigar à substituição do elemento danificado, se o estrago for grande ou se proporcionar um risco para a segurança futura do automobilista.
“Uma pedrada pode provocar uma picadinha, em formato de estrela, ou uma fractura expansível”, ilustra o responsável da empresa de Leiria.
No primeiro caso, é mesmo possível “consertar” o vidro em menos de uma hora e evitar a troca.
“A reparação demora entre meia-hora e 45 minutos. No caso de o vidro estar estalado, será obrigatória a substituição, operação que demorará à volta de hora e meia, seguida de mais meia-hora de secagem da cola”, adianta Pedro Lopes.
Qualquer que seja a opção, é sempre feito um registo fotográfico antes de a reparação se iniciar.
“No caso da substituição, são desmontados os componentes que seguram o vidro ao chassis e as escovas. Depois, dois técnicos fazem o corte do vidro, um por dentro e o outro por fora, utilizando protecções no interior da viatura, para não danificar qualquer elemento. Evidentemente, temos uma atenção redobrada no caso de automóveis com mais equipamento instalado no pára-brisas, como sensores ou as actuais câmaras ADAS – Advanced Driver Assistance Systems, de assistência em condução”, descreve o responsável.
Para terminar o processo, antes de ser colocado o novo vidro, é retirado o excesso de cola e são aplicados vários elementos químicos necessários à consolidação do processo.
“Depois, o vidro é colocado e fazemos a montagem de todos os elementos anteriormente retirados. Fica tudo selado, impermeabilizado e as câmaras ADAS calibradas, caso elas existam.”
No caso de veículos com HUD – Head Up Display, ou seja projecção por reflexo da instrumentação no pára-brisas, o vidro apresenta várias camadas especiais e é elaborado de maneira que não se produza distorção no campo de visão do condutor e que se mantenha a nitidez das cores.
“Tem de ser um vidro especial.”
Como reparar um estrago em forma de estrela
Para reparar uma das famosas fendas em forma de estrela de um vidro, é necessário fazer um furo de calibre muito pequeno no centro do local de impacto, para chegar a todas as camadas onde se produziram as
Em seguida, é inserido um injector que introduzirá, sob pressão, nessa nova cavidade, resina de enchimento que preencherá todos os rasgos presentes, evitando, no futuro, que estes continuem a alastrar e acabem por danificar a superfície, obrigando à sua substituição.
Após este procedimento, é aplicada outra resina, desta vez de acabamento, para preencher o pequeno furo feito anteriormente. Por fim, seca-se a resina com uma lâmpada de raios ultravioletas durante cerca de dois minutos e é raspado o excesso.
“O trabalho de reparação consolida o dano e impede que alastre, mas é possível que se note a intervenção realizada. Tudo depende da gravidade e extensão da reparação”, afirma Pedro Lopes.
Cuidados com os vidros ao longo das estações
Actualmente, o processo de construção dos vidros permite que não haja grande necessidade de cuidados com os vidros, a não ser a sua limpeza.
Caso não existam danos prévios na superfície envidraçada, nem calor, nem frio, nem o aquecimento ligado a fundo são razões para preocupação, dada a resistência deste componente.
“O próprio piso rodoviário, em especial com os buracos no Inverno, provoca grandes impactos nos vidros”, adverte Pedro Lopes, que sublinha que o cuidado mais importante que se deve ter, num vidro que não apresente danos, é a manutenção de uma boa limpeza da superfície.
“Deve-se limpar e desengordurar a fundo o vidro, no interior e exterior, para não obstruir o campo de visão. Muitas vezes, o proprietário gosta de limpar o tablier com aerossóis, alguns com silicone entre os componentes, e só essa gordura pode manchar e provocar o embaciamento do vidro, resultando num perigo real para o condutor e para os peões.”
Empresa iniciou parceria há 20 anos
O empresário Pedro Lopes, pai, iniciou a parceria entre a sua firma Centroglass e a Glassdrive em 2002, estando a celebrar 20 anos de relação estreita com esta marca do grupo Saint-Gobain.
Após a instalação e abertura das instalações na Estrada das Moitas Altas, seguiu-se a expansão do negócio.
Primeiro para Pombal, depois para Alcobaça e, por fim, para Alverca.
Actualmente, a empresa conta com um total de 25 colaboradores distribuídos por todas as suas filiais.