Os hotéis em Fátima, uma das cidades palco da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), estão totalmente reservados para o evento em Agosto do próximo ano, segundo a associação da hotelaria, que espera aproveitar a ocasião para promover adesão à circulação pelo País.
Em declarações à agência Lusa, a presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, lembrou que este evento irá envolver públicos muito diferentes.
“Há públicos, inclusive, eclesiásticos que ficam nos hotéis e que têm a organização a ser tratada oficialmente e aí temos já muitos hotéis comprometidos. Depois, temos outros tipos de público, evidentemente, que vêm até mais tempo, e que vêm com a família”, afirmou.
Cristina Siza Vieira disse que da análise feita “os jovens participam durante um determinado período de tempo e não são público para a hotelaria”. Neste caso, são público que fica “em ginásios, em centros disponibilizados pelas câmaras municipais, em parques de campismo, etc”, refere a responsável. Mas – sublinha – “a família fica e muitas vezes é isso que estamos a tentar promover”.
A presidente da AHP referiu ainda que, neste sentido, a associação vai fazer uma campanha “com um código especial para promover essa adesão a uma circulação em todo o País”, diversificando a procura e promovendo o destino Portugal como um todo.
“Vamos ter também disponibilidade para prolongar a estada”, disse, confirmando que são acções que pretendem captar novos clientes.
“É no fundo para criar futuros públicos, pois muitas vezes é, isso mesmo, permitir que mesmo que a pessoa não esteja tanto tempo, nem que seja mais um dia extra, possa ficar com vontade de voltar outra vez”, disse Cristina Siza Vieira.
Questionada se a AHP está a articular com os vários hotéis a chegada destes clientes em Agosto, a responsável admitiu que há “muitos deles” que “também já estão por si só”.
“Muita da hotelaria já tinha sido abordada até porque há grupos que têm presença em Fátima, por exemplo, e que necessariamente estão mais ligados às organizações religiosas, ao mesmo tempo que têm presença também em Lisboa”, disse.
“Já sabemos que estão 100% tomados para esse período de tempo, em Lisboa e em Fátima”, sublinha, então, Cristina Siza Vieira à Lusa, mostrando-se ao mesmo tempo receosa com a pressão sobre as cidades ao nível dos transportes, abastecimento, segurança, entre outros.
“A verdade é que estamos um bocado preocupados porque é uma carga muito elevada sobre as cidades, nomeadamente a cidade de Lisboa, a freguesia de Fátima e até concelho de Ourém. Nas imediações também e é preciso ver a questão dos transportes, da comida, questões de abastecimento, de segurança, e as questões de circulação, essencialmente. A hotelaria é apenas uma das peças deste puzzle”, lembrou, confirmando que também a AHP já esteve há uns meses reunida com a comissão que organiza pelo lado da Igreja e abordaram estas problemáticas.
Em 28 de novembro, estavam inscritos mais de 200.000 peregrinos na Jornada Mundial da Juventude.
“Até à data ultrapassámos as 200.000 inscrições, mas isso não é motivo nem de muita alegria, nem de tristeza, pelo contrário porque o historial das inscrições nas jornadas é tipo montanha-russa. Há uma subida até ao Natal, depois desce, com a Páscoa há uma subida imediata e depois desce e no verão há uma corrida às inscrições, e depois desce, foi o que aconteceu nas jornadas anteriores”, disse aos jornalistas o presidente da Fundação JMJ, bispo Américo Aguiar, após a assinatura de um protocolo com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de a Portugal (AHRESP) para permitir identificar uma rede de restaurantes e similares para o fornecimento de refeições aos peregrinos.
Sobre o processo de alojamento, o responsável explicou que vai ser diferenciado, mas vai ser dado privilégio ao acolhimento de peregrinos em casas de famílias e que as famílias vão ter de oferecer o pequeno-almoço.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da JMJ, que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de Agosto de 2023, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures. A iniciativa, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para este ano, mas foi adiada devido à pandemia.