“Não posso continuar com esta guerrilha constante e ataques pessoais. Estão a usar o partido para favores pessoais. Não me revejo nessa atitude e, como tal, tinha de tomar uma decisão”, justificou Daniel Marques no final da reunião de executivo da Câmara Municipal de Leiria, onde anunciou a sua desvinculação ao PSD.
O vereador eleito nas listas do Partido Social-Democrata nas últimas autárquicas aproveitou a primeira reunião de câmara do ano, na terça-feira, para comunicar que vai cumprir o resto do seu mandato como independente, admitindo que “não foi uma decisão fácil de tomar, mas foi ponderada”.
“É marcar uma posição que se tem arrastado ao longo destes anos no PSD.” “Esses assuntos devem ser debatidos internamente. Uma das coisas que estou contra é precisamente estas questões terem sido constantemente debatidas na praça pública e não serem discutidas internamente. Por isso, não quero alimentar mais essas polémicas”, frisou ainda.
Daniel Marques explicou que enviou a carta ao secretário-geral do PSD a anunciar a sua saída do partido com todas as justificações para a sua tomada de posição. Explicações que prefere não as dar na totalidade a bem do partido, ao qual esteve filiado cerca de duas décadas. “Fui eleito, portanto, acho que tenho de cumprir o mandato. Os meus princípios continuam a ser os mesmos e continuo a rever-me na matriz social-democrata, mas não me consigo rever nas pessoas, aqui, em Leiria”, adiantou agora o ex-vereador do PSD.
Referindo que a sua desvinculação foi comunicada apenas a nível nacional, sem ter informado a estrutura local, Daniel Marques afirmou que fez o “mesmo procedimento que fizeram [concelhia] quando retiraram a confiança política a Álvaro Madureira” (vereador do PSD).
O agora independente acrescentou que irá acompanhar os seus ex-colegas de bancada “dentro do possível”. “Há situações em que me revejo naquilo que o PSD sempre defendeu para Leiria.
Neste momento, sinto-me independente, mas ainda hoje [terça-feira] votei contra o saldo de gerência, porque o valor é muito alto e não faz sentido cobrar impostos a mais e executar a menos”, constatou.