O Município de Ourém aprovou, esta segunda-feira, uma proposta que defende a criação de um metro de superfície para ligar as cidades de Fátima e de Leiria. A proposta surge no âmbito da consulta pública do Plano Ferroviário Nacional, que decorre até final de Fevereiro e que preconiza que a futura linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa tenha paragens em Leiria.
“Pretende-se um metropolitano de superfície, eléctrico, moderno, confortável e de grande qualidades, que circule nas principais artérias de Leiria e rume a Fátima aproveitando o traçado da via rodoviária nalguns locais (co-existência) e faixas alternativas adjacentes noutras partes do traçado”, pode ler-se na proposta aprovada pelo executivo.
No documento a que o JORNAL DE LEIRIA teve acesso é sugerido um traçado pela zona de Cortes, Arrabal e Chaínça, junto à EM544 ou, em alternativa, um percurso ao longo da EN113, servindo também Pousos e Santa Catarina da Serra.
“São ideias que têm de ser aprofundas. É o ponto de partida para iniciar estudos sobre a viabilidade do projecto, que, a nosso ver, faz todo o sentido”, diz o presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, que acredita que o investimento, ainda por calcular, “pode ter retorno, tendo em conta os milhões de pessoas que anualmente afluem a Fátima”. Trata-se também um projecto assente na “sustentabilidade ambiental”, reforça o autarca, adiantando que irá solicitar uma reunião ao secretário de Estado das Infraestuturas para lhe apresentar a proposta.
No documento, aprovado por unanimidade, são apontados alguns exemplos de sistemas que se poderiam adaptar à ligação, através de metro de superfície, entre Leiria e Fátima: Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo; Campanhã-Gondomar-Maia Matosinhos-Trofa ou a expansão do sistema de mobilidade do Mondego, que inclui um troço até à Mealhada..
São sistemas multimunicipais, “directamente financiados pelo Estado Central (…) pelo serviço público que deve representar o serviço de passageiros a transportar nesses locais”, lê-se na proposta.