Quinze dias depois de Daniel Marques ter anunciado a sua desfiliação do PSD e assumido o seu lugar no executivo da Câmara de Leiria como vereador independente, esta terça-feira,foi a vez de Álvaro Madureira, cabeça-de-lista do partido às últimas autárquicas e ex-presidente da concelhia social-democrata, revelar a saída do PSD.
O vereador disse aos jornalistas que já comunicou a sua decisão ao presidente do partido e que sai em ruptura com a actual concelhia. “É com muita mágoa e tristeza que saio ao fim de 27 anos de filiação a dar o tempo, a disponibilidade, o trabalho e o empenho em prol do partido e da comunidade. Infelizmente, o PSD está um pântano. Aquilo ali é um processo autofágico que as pessoas, em vez de trabalharem para fora, fazer as propostas, estão com quezílias e a tratar dos seus interesses”, acusou Álvaro Madureira.
O ex-social-democrata sublinhou que chega de “ser mal tratado”. “Sabem que se fôssemos a votos, possivelmente ganharíamos. Não estão preocupados com propostas para o exterior, mas a tentar desgastar internamente e são pessoas com quezílias antigas”, afirmou.
Reconhecendo que a sua decisão surge após um conjunto de situações, entre as quais, a retirada de confiança do PSD, Álvaro Madureira apontou uma “perseguição” após ter votado contra um projecto que foi a reunião de câmara para instalação de um “mega parque solar”.
“Analisamos os processos e nem sabemos de quem são. Mas viemos a saber que foi retirada a confiança política porque não satisfizemos o projecto de pessoas que estão na concelhia”, afirmou, ao referir que a concelhia queria que os vereadores do PSD “estivessem nas reuniões para indicarem o sentido de voto”. “Nem eu aceitava um sentido de voto que não fosse aquele que a minha consciência indicasse”, frisou.
Com a saída de Álvaro Madureira do PSD, os sociais-democratas ficam representados apenas pela vereadora Branca Matos no executivo.