Há um novo Ciclo Albardeira a começar e vem propor um novo formato, em que interagem diferentes artes.
O primeiro episódio está agendado para sexta-feira, 3 de Fevereiro, no Teatro Municipal de Ourém, com início às 21:30 horas. Junta a cantautora aveirense Mema. e o artista plástico oureense Fábiu de Sousa Bento.
Após edições em 2021 e 2022 alicerçadas na música, com dois concertos consecutivos em cada sessão, o Ciclo organizado pela Albardeira entra, em 2023, numa nova fase. Mantém o mote – “uma noite por mês, um artista oureense cruza-se com um espécimen da flora nacional” – e lança-se para outras disciplinas artísticas.
“A música é um fundamento — mas não mais do que as outras artes. Chamem- nos promíscuos, mas somos uma rosa de muitas andanças — e um verdadeiro Ciclo tem de se adaptar a elas”, explica a associação cultural numa nota de divulgação.
“Vamos envolvê-los numa semana de residência artística” e “sempre que possível juntar áreas diferentes, como a música e as artes plásticas, para tentar criar algo de novo”, explica Lara Gésero. “Os artistas conhecem-se e eles é que decidem que rumo querem tomar”.
É o que sucede neste primeiro episódio. Previsivelmente, mas ainda sem certezas à hora de fecho deste texto, Fábiu de Sousa Bento deverá intervir no cenário a instalar na Caixa de Palco do Teatro Municipal de Ourém para a actuação da cantora e compositora Mema., que lançou o EP de estreia em 2020, com o título Cidade de Sal, e desde então tem vindo a editar novos temas.
Se Sofia Marques (Mema.) tem raízes entre Aveiro e Ílhavo e uma vivência distribuída por Lisboa, Berlim e Dublin, que já a levou ao Festival da Canção e ao palco principal do Vodafone Paredes de Coura, Fábiu de Sousa Bento é um artista multidisciplinar originário de Ourém que frequenta a licenciatura em Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Na instalação “Frágil Contribuição”, de que é autor, inscreveu diversas alterações ao longo de dois anos, de acordo com as suas próprias metamorfoses pessoais.
O balanço das várias edições do Ciclo Albardeira é, segundo Lara Gésero, “bastante positivo”. Com o apoio da Câmara de Ourém e do Teatro Municipal, tem sido possível manter uma programação regular “no meio do nada, onde não há muitas iniciativas”, esgotar “alguns” eventos com “lotação mais reduzida” e fidelizar público, que, uma parte, “é constante”.
Pelo meio, cumprem-se os objectivos: criar rede, abrir portas, estabelecer contactos e gerar oportunidades para fixar artistas, pelo menos, temporariamente, no concelho de Ourém.