“Os serviços públicos geridos pelo Estado Central estão em falência total no concelho” de Ourém. A acusação é do presidente da câmara, que se diz “cansado da inércia” e da “inacção” da Administração Central.
As declarações de Luís Albuquerque foram proferidas na última sessão da Assembleia Municipal, onde o autarca deu vários exemplos da “falência” dos serviços públicos no concelho.
Além dos problemas na área da saúde, com a falta de médicos de família que atinge cerca de 15 mil utentes, Luís Albuquerque denunciou a “situação vergonhosa” dos serviços de Finanças. “Não se consegue fazer o simples pagamento de um imposto. Isso foi-me relatado por uma pessoa que teve de ir Batalha pagar o IMT, porque em Ourém alegaram que não conseguiam por falta de pessoal”, denunciou o autarca, que já tem reunião marcada com o director do serviço distrital de Finanças.
Luís Albuquerque queixou-se ainda da falta de apoio do Governo para custear as despesas relacionadas com a Jornada Mundial da Juventude, frisando que estará “em causa a imagem de Fátima, mas, acima de tudo, do País”.
O autarca criticou também o atraso na disponibilização de verbas para a requalificação da Avenida Papa João XXIII, em Fátima, recordando que há um protocolo com a Infraestrutruas de Portugal, no valor de 800 mil euros.
Na área da Educação, o município está “há meses à espera” de uma reposta da Parque Escolar para uma permuta de terrenos, para melhorar os acessos à Escola Secundária de Ourém, acrescentou o presidente da câmara.
“Estamos cansados da inércia do Estado em Ourém. Não podemos continuar a aceitar que o concelho, o maior do Médio Tejo, o segundo maior do distrito de Santarém, continue a ser ignorado pelo Estado Central”, afirmou Luís Albuquerque.