Acabámos de sair de uma seca e Portugal já entrou em novo período de seca?
Não há dúvida alguma, embora seja preciso ressalvar que o Vale do Lis não a sente ainda. Estamos a fazer obras de reconversão dos sistemas de regadio, que fazem absolutamente todo o sentido e foram pensadas com uma visão para os próximos 50 anos. O sistema actual vai fazer 75 anos em Setembro e, portanto, já ultrapassou o seu tempo de vida útil há muito. Mas o resto do País está num período de seca que, nalguns sítios, é desesperante. Ainda nem sequer entrámos no Verão e o abastecimento público já está posto em causa. Deveríamos pensar muito mais seriamente na água, do que estamos a fazer, sabendo que, em Dezembro e em Janeiro, tivemos cheias, em quase todo o Portugal!
Segundo os dados estatísticos, chove no nosso País quase tanto quanto no Reino Unido, mas lá, chove durante seis meses e aqui chove durante cerca de 40 dias. Temos ausência de medidas e de dispositivos para a retenção da água, evitando que ela escoe para o mar?
É uma equação fácil de resolver. É como se, chegados a meio do mês, já não tivéssemos dinheiro. Temos de poupar e guardar água. Chame-se alterações climáticas, chame-se padrão diferenciado, o que se quiser, o que temos vindo a assistir é que a variabilidade interanual mudou, ou seja, o período durante o qual a chuva cai. Temos muito mais tempo sem chover e, quando chove, a chuva vem em catadupas.
Não tenho dúvida alguma de que precisamos de mecanismos de retenção temporária de água. Há falta de entendimento na tomada destas medidas, pois, quando se fala em represar água, as pessoas imaginam logo uma barragem que vai alterar a paisagem e os ecossistemas. Porém, há mecanismos de retenção temporária, e aqui, no Lis, temos dois, que são os diques insufláveis, que represam apenas a água quando cai no Inverno e permitem que tenhamos uma reserva de água para o período da estiagem, quando não há pluviosidade. Se não forem adoptadas medidas, muito rapidamente, seremos um país desértico. Noutras zonas do País, as pessoas já estão a desfazer-se dos rebanhos e de culturas que precisam de mais água. Há um longo caminho a percorrer também na utilização de métodos de rega mais eficazes.
Mas sem água, esses métodos, de nada valem.
Se não houver água, não há métodos de rega que resistam. Isso é um facto e atenção que, em muitas zonas do País, somos dos mais eficientes, do mundo, em rega, utilizando a mesma tecnologia que os israelitas usam, contudo, o aprovisionamento temporário da água é completamente indispensável e muito mais barato do que a dessalinização… Isto é um processo comparável a vestirmos um casaco quando está frio (fazer a retenção), em vez de ficarmos doentes e depois termos de tomar antibióticos (dessalinização da água do mar). Fala-se com extrema leveza da dessalinização, com um consumo de energia brutal… O aprovisionamento, bem pensado, seria quase suficiente para resolver o problema em todo o País. Vemos o Tejo cheio da água e culpamos os espanhóis, que não nos mandam água, mas nós não temos nada que a aprovisione até ela sair em Lisboa, na foz. Não temos razão para nos queixarmos, porque mesmo que a chuva caia e provoque até algumas cheias, não estamos preparados para aprovisionar água!
Isso passa por criar bacias de retenção, que até podem ser usadas como lagos em parques urbanos, como acontece já em Leiria?
Essas bacias são importantes para recarregar os aquíferos. Há muito que estamos a ressecar o subsolo. As obras de drenagem pluvial usam tubos de plástico que conduzem ao rio e este descarrega no mar. O coberto vegetal também não é mais indicado e temos muita terra nua. Já se fala na Agricultura 5.0, mas estamos ainda a passar da Agricultura 0.5 para a Agricultura 1.0. Portugal deixou-se adormecer ao longo de anos nesta questão e agora o problema é mais visível e, não tarda, teremos problemas em tomar um banho de manhã! Estamos muito atrasados e vai ser difícil recuperar, sobretudo se continuarmos a adiar decisões de fazermos mecanismos de retenção temporária. Não há outra maneira de dourar a pílula. Os estudos estão quase todos feitos e há muitas obras que poderiam avançar muito rapidamente. A Confederação dos Agricultores Portugal vai ter eleições no dia 17 e há só uma lista concorrente. A pessoa que será presidente é um ex-embaixador português, considerado em 2017 como “embaixador modelo”, porque é uma pessoa de consciência que sabe reunir consensos. Tenho esperança de que este cavalheiro seja a pessoa certa na hora e no local certos, para explicar às pessoas, de maneira fácil e simples, de que, não tarda muito, não teremos água para beber, se não adoptarmos medidas.
“Isto é uma espécie de sacerdócio”
Henrique Damásio, 52 anos, nasceu na Marinha Grande, uma cidade, com poucas tradições agrícolas, cujo horizonte era e ainda é dominado pelas chaminés dos altos fornos da indústria do vidro e pelas empresas de lata tecnologia dos moldes e plásticos.
Poderia ter sido a inspiração do rei D. Dinis, o Lavrador, cuja maior obra, o Pinhal do Rei, rodeia a cidade dos vidreiros a levá-lo a seguir o exemplo, mas não. O engenheiro agrónomo elege a genética e a figura do pai, natural de Coruche, como factor determinante para ter seguido o ensino superior na Escola Superior Agrária, em Coimbra.
“Mesmo tendo nascido na Marinha Grande, que não tem grande tradição agrícola, para não dizer nenhuma, nunca me vi a fazer outra coisa na vida, senão estar relacionado com a agricultura e com o campo”, diz, recordando que não é o único na família a sentir o apelo pela terra.
Uma sobrinha, nascida e criada em Lisboa, optou por ir estudar Enfermagem Veterinária, em Évora.
Henrique trabalhou sempre no sector privado e, desde há 12 anos, que ocupa o cargo de administrador-delegado da Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Lis.
“Olho para trás e parecem-me dois anos… Isto é um trabalho absorvente e é uma espécie de sacerdócio, tal a dedicação necessária.”
A Associação de Regantes do Vale do Lis está a adoptar medidas?
Modernizámos e reformulámos o sistema de distribuição de água. Na zona onde foi implantado já um bloco reconvertido do sistema de rega antigo, os agricultores vão poder usar água sob pressão com um hidrante que é activado através de um sensor, o iButton, que é uma chave electrónica. Este sistema em pressão requer uma adaptação e temos de ajudar os agricultores a adaptar essas medidas para sistemas que utilizam menos água, mas, ainda assim, as culturas não têm um rendimento menor. Pelo contrário, porque o sistema distribui melhor a água, há um aumento do rendimento. Este primeiro bloco tem quase 300 hectares, e há outro que ultrapassa essa área e vai entrar em obra. Estará disponível na campanha do ano que vem. Nas outras zonas, faremos uma campanha para a utilização mais racional deste factor produção, se bem que, desde 2012, temos feito essa comunicação e notamos que as pessoas utilizam muito menos água do que antigamente. Quando falamos de custos associados, não é só a água, mas também os nutrientes que estamos a depositar na terra e depois lixiviamos para a camada freática, com danos ambientais. Fizemos uma visita à Holanda e percebemos uma coisa muito interessante, que também adoptámos aqui. No Verão, enxugávamos as valas de drenagem e, com os holandeses, aprendemos que isso é uma coisa completamente errada. Eles dizem que os castelos de areia só se fazem quando a areia está molhada, quando ela seca, eles caem. A pior coisa que se pode fazer para as valas de drenagem, e a todos os sistemas em aterro, é mantê-los secos durante muito tempo, porque começam a desagregar. Desde 2012, mantemos as valas com água e isso faz com que o nível freático suba e as raízes atinjam essa humidade, assim é preciso regar muitíssimo menos. Só num ano, conseguimos reduzir 22% dos custos relacionados. Captamos e distribuímos água para a agricultura e sobre ela, a associação de regantes paga à Administração Regional Hidrográfica do Centro a famosa taxa de recursos hídricos, a TRH, que deveria ser utilizada na limpeza dos rios, na manutenção das galerias ribeirinhas, mas, infelizmente, não é usada para esses fins.
Aí, as canas, que são uma espécie exótica invasora, também são um problema?
As canas foram uma introdução propositada no perímetro do Vale do Lis, noutros tempos. Foram uma fonte de receita utilizada na agricultura, para os feijões e também para a indústria dos foguetes, que era uma grande fonte de receita para a associação. Infelizmente, deixou de haver essa utilização e, hoje são uma praga. Na época, foram usadas para agregar os taludes, pois pensava-se que iriam ser uma boa solução, mas hoje, sabemos que não é a melhor solução. Rompem os taludes, os rizomas das canas são muito superficiais e a água erode a terra e há abatimentos grandes. A solução não é uma questão que se consiga introduzir um dia para o outro. Identificámos uma, interessante, que são as sebes, que os ingleses adoptaram há muitos anos, e, lá, são quase um monumento nacional. Servem para diminuir o ruído, para a limitação de áreas, não provocam ensombramento, pois têm cerca 1,5 metros. Não temos ainda identificada uma espécie, mas procuramos uma espécie arbustiva de armadura em sebe, o mais autóctone possível.
Assistiremos, com a alteração climática, a uma mudança no tipo de culturas agrícolas?
Necessariamente. As florestais não tanto, mas a forrageira, de alimentação para os animais e até as próprias espécies para a pecuária vão-se alterar. Os leilões de gado noutras zonas do País, como Ribatejo e Alentejo, estão a ser sufocados com animais para vender, muito abaixo do valor de mercado, porque as pessoas não têm como lhes dar de comer e têm de abatê-los. O problema é que, depois, ficaremos sem pecuária, e vamos importar mais carne, que depois também tem uma pegada ecológica brutal. Na inauguração do perímetro hidroagrícola do Vale do Lis, em 1945, foi colocado um obelisco, onde se diz que a rega é um “magno problema e até de segurança nacional”. Nesse tempo, entendia-se que aquilo que um país precisa para garantir a mínima soberania e sobrevivência do povo é a “barriga cheia”. Poderemos não ter dinheiro para um carro novo ou para roupa, mas quando não temos para comer, a coisa agudiza.
O programa Polis devolveu o rio Lis a Leiria, porém, estamos a assistir a uma certa “betonização” das margens dentro da cidade. Há novos hotéis previstos, um deles a poucos metros das margens, um novo pavilhão desportivo, a mudança da rodoviária para uma zona limítrofe… Criam-se muralhas em cima do rio e retrocede-se na promessa?
Alertámos os municípios para a necessidade de haver outra interpretação desta questão. Mostrámos que as coisas estão a levar um caminho muitíssimo perigoso, que vai trazer muito prejuízo. Isto é problemático. Veja-se Dezembro e Janeiro, por causa da tal padronização da queda pluviométrica alterada. Fala-se na falta de produtividade portuguesa, mas nós paramos o País por causa dos incêndios. Alguém consegue trabalhar sabendo que, junto a sua casa, está a arder uma floresta? Paramos devido aos incêndios florestais e depois paramos com as cheias. O País fica com estradas cortadas e nós temos aquela curiosidade lusitana, de ir ver acidentes, cheias e fogo. Vamos para a frente de fogo. Pois não confiamos naquilo que os jornalistas fazem e queremos lá ir ver com os nossos olhos! Estamos a atacar o rio cada vez mais e a pôr-lhe mais pressão em cima, porque impermeabilizamos cada vez mais, sobrecarregarmos a capacidade de transporte do rio e a sua capacidade de vazão. Temos feito reuniões com as câmaras municipais para sensibilizar os técnicos que avaliam os projectos e os concebem para as câmaras, no sentido de os sensibilizar para a questão. Tem de haver uma reinterpretação do assunto, como fizeram os holandeses: toda a construção tem de ter impacto zero. Se se impermeabiliza uma zona, a água que era aí absorvida tem de ir parar ao subsolo com outro sistema, que não seja agarrar num tubo e canalizar para o rio. Quando a associação de regantes é chamada a emitir pareceres sobre essa questão, não nos cansamos de frisar a questão das bacias de retenção.
Como acontece com a bacia de retenção do novo Parque Verde de Leiria?
Exactamente. A maior parte das pessoas não sabe para que é. Ali, era o sítio ideal para pôr um placard explicativo… É uma questão comunicacional. Há dias, fui de comboio a Madrid e a estação de Atocha era um pandemónio de obras. Havia um cartaz numa parede que dizia “estamos a executar obras, pedimos desculpa pelo incómodo, mas são necessárias por terem sido detectadas fissuras nos pilares”. Isto ajuda a compreender o que é incómodo. São coisas que temos de ir acompanhando e ajudando a desenvolver. É uma evolução. Se hoje percorrer o Lis, verá que, de Monte Real para baixo, existe um rio e, de Monte Real até Leiria, existe outro, que parece que é de outro dono e de outro país. Conquistar o protocolo de manutenção do Lis, de Monte Real para jusante, entre as câmaras de Leiria, da Marinha Grande e a APA, através da Administração Regional Hidrográfica do Centro, custou sete anos. É demasiado tempo para algo que, hoje, toda a gente dá como muito bem feita e tem pena de não se ter feito há mais tempo. Em simultâneo, paredes-meias, temos o troço do rio entre Monte Real e Leiria, que não foi intervencionado e está completamente ao abandono. Tivemos a secreta esperança de que a Câmara de Leiria conseguisse a aprovação de um projecto de criação de uma ciclovia no coroamento do dique do Lis, entre Leiria e a foz. Era uma ideia boa que foi inquinada, com a ideia de estender o percurso da nascente à foz. Mas da nascente até Leiria, os terrenos que confinam são privados e de Leiria à foz são terrenos onde se conseguia ter a concordância pública de fazer a ciclovia. Foi feito projecto, foi candidatado e, depois, creio que o município abandonou a questão, por algo que lhe fazia confusão: “depois de aquilo estar feito, quem tem de manter o equipamento?” Um dia, a ideia vai ter de avançar. Estive na “cidade mais feliz do mundo desde 1980”, Aarhus, na Dinamarca, cujo rio é semelhante ao Lis, dentro da cidade, que também é parecida com Leiria. Não tem nada a mais do que Leiria e é a mais feliz do mundo, porquê? Pela mentalidade das pessoas. Há milhares de bicicletas a andar para todo o lado e lá também há muitíssimas subidas. As pessoas adoptaram o hábito. Muitas das ciclovias estão feitas nos diques dos rios. Há 12 ou 10 anos, soubemos quererem fazer uma ciclovia junto à Nacional 109, achámos que era uma ideia completamente estapafúrdia. Pelos declives e pelo perigo que é estar junto a vias onde se circula com mais velocidade. O trajecto que acompanha o declive mais homogeneamente, é aquele que existe junto ao Lis. Mesmo assim, a obra ainda não conseguiu ser feita, além de ser numa zona com menos poluição e óptima para a saúde. Estão sempre a falar em devolver o rio às pessoas… iríamos ter muitos fiscalizadores gratuitos que alertariam para quaisquer problemas. Tenho muita pena que as pessoas com conhecimento disto, arrastem tudo durante anos, coisas como a impermeabilização, os hotéis e outras construções junto ao rio só se vão fazendo porque, como em Dezembro, quando o País esteve de pantanas, passam quatro ou cinco anos e as pessoas nunca mais se lembram.
Como acontece com os incêndios, após o período crítico anual, com incêndios contínuos durante 15 dias?
Tal e qual! O País prepara-se para passar a ter apenas a época balnear e a época de incêndios. Será um país por épocas. Felizmente, a AGIF – Agência de Gestão Integrada de Fogos Rurais, criada depois dos incêndios 2017, veio finalmente, focar um ponto que nós, já antes do incêndio de 2017, tínhamos sinalizado e fartámos de escrever a pessoas a falar na questão. Os cabos eléctricos. Não tenho nada contra a operadora de eletricidade, mas, como não vejo futebol nem telenovelas, dedico-me a analisar os dados que vão aparecendo e o incêndio de 2017 em Pedrógão Grande, que foi o evento com mais mortalidade em Portugal nos últimos 80 anos, tem como causas atribuídas por uma comissão técnica independente, esses cabos. O incêndio de Monchique, também de uma brutalidade enorme, felizmente, quase isento de perdas humanas, também foi causado por cabos eléctricos. Portanto, é uma pena, que, num país onde já chegou a essa conclusão, um dia com muito calor e vento é uma sementeira de incêndios florestais. As pessoas que acreditam que todos os fogos são de causa criminosa – também os há, não digo que -, devem entender que os pirómanos têm equipamentos semelhantes aos da NASA para determinar qual é o melhor ponto do dia e local para a ignição do incêndio. Estas pessoas podem acreditar na causa humana, mas, além disso, devem entender que inadvertidamente, se provocam fogos com cabos eléctricos, com queimas e queimadas e por acidente. Podemos sensibilizar as pessoas para as queimas e queimadas, mas temos de fiscalizar os cabos. Se queremos incêndios com menos intensidade, temos de diminuir o combustível na floresta. Não há outra maneira.
Por que razão, a água do Lis, dentro de Leiria, continua poluída, apesar do investimento em tratamento?
Leiria não têm uma rede separativa da água pluvial e dos esgotos, ou seja, a água mais pura que cai, que é da chuva, vai misturar-se com os esgotos e depois é tudo canalizado para a ETAR do Coimbrão, que tem de tratar uma brutalidade de água a mais, além dos efluentes domésticos. Isto gera um problema monstruoso. O sistema de transporte não tem capacidade para levar o efluente doméstico não tratado, a que se juntam as catadupas de chuva que têm caído e extravasam para as linhas de água e para o Lis. Temos denunciado esta situação, pois grande parte dos focos de poluição vem daí. A Câmara da Marinha Grande percebeu que não conseguia ter Bandeira Azul na praia da Vieira porque as análises detectaram o mau estado da água. Investigaram e descobriram que, afinal, o problema está na descarga da água supostamente tratada da ETAR do Coimbrão. Acreditam que a concessionária, a Águas Centro Litoral, sugeriu que, para resolver o problema, se deveria esquecer a descarga da água para o Lis e fazer uma conduta directa para o mar? É uma coisa completamente surreal! Ninguém se preocupou em pensar, como é que vamos alterar tudo isto para ter água para melhor e resolver o problema a montante.
Quando não há Bandeira Azul na Praia da Vieira é culpa de Leiria?
Tal e qual. Leiria centro, não tem uma rede separativa. Utiliza ainda um caneiro feito há muitos anos e agora andam a construir uma rede nova aos bocados. À velocidade com que se vai substituindo esse caneiro vai demorar uma eternidade para termos rede separativa de água e esgotos. Além de não haver rede separativa, há muitas entradas directas de esgoto no rio. A Câmara já iniciou a fiscalização e está a fazê-la com introdução de fumo. Há pessoas que fizeram uma casa de banho na garagem e não tinham esgotos. Ligaram-na à rede pluvial. Temos ainda a ETAR do hospital que nem sempre funciona nas melhores condições e descarrega a montante de Leiria. Tudo isto atravessa a cidade e cria fetidez. A área mais afectada por estas descargas fica entre as Olhalvas e o Arrabalde, segundo as análises da Oikos. É muito urgente resolver esta questão.