Cristina Sousa, presidente da Junta de Freguesia da Marinha Grande, eleita pelo movimento +MPM, terá contratado um seguro para a junta, através de um agente mediador que pertence ao seu executivo.
Carlos Carvalho, deputado socialista na Assembleia de Freguesia da Marinha Grande, explica ao nosso jornal que, depois de analisar atentamente as contas, enviou um email a Cristina Sousa, onde perguntou directamente se a junta tinha contratado algum seguro a Pedro Edra, gerente da Espírito Santo & Edra – Mediação de Seguros.
Segundo o deputado, a presidente [LER_MAIS]ter-lhe-á respondido que contratou um seguro, porque foi a empresa que apresentou preço mais baixo. Mas “Pedro Edra é o número dois da lista do +MPM na junta”, realça Carlos Carvalho.
Esta informação, recorde-se, chega depois de, recentemente, após ter sido questionada também por Carlos Carvalho, em Assembleia de Freguesia, Cristina Sousa ter admitido que, por “desconhecimento” das incompatibilidades, cometeu “ilegalidades”, tendo a junta adjudicado serviços à Bónuskar, empresa de comércio de veículos da qual a própria autarca era sócia.
“Vamos deixar que o Ministério Público analise, se pronuncie e seja célere”, comenta Carlos Carvalho.
Segunda-feira, em reunião de câmara da Marinha Grande, Alexandra Dengucho, vereadora da CDU, disse-se “preocupada”, acreditando que, além da questão legal, que está a ser analisada pelo Ministério Público, o assunto deve ter consequências políticas, na medida que existe transferência de erário municipal para o erário da junta.
Aurélio Ferreira, presidente de câmara, também ele eleito pelo movimento de cidadãos +MPM, notou que a verba transferida para a junta é “exactamente igual” àquela que foi transferida no mandato anterior, quando a junta era presidida pela CDU e considerou que não será na câmara que se discute um assunto de outro órgão.
Já António Fragoso, vereador eleito pelo PS, estranhou “alguma inacção da presidente da Assembleia de Freguesia, [da CDU], que não terá feito mais do que um comunicado público, quando nessa Assembleia de Freguesia foi logo admitido pela presidente de junta que tinha feito aquilo, alegando que desconhecia a lei”.
Até ao fecho desta edição, não foi possível ouvir Cristina Sousa e Pedro Edra.