A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) espera, desde Setembro do ano passado, por uma resposta ao pedido apresentado junto do secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, para a constituição de uma brigada de sapadores florestais.
Segundo uma nota de imprensa da CIMRL, estas equipas iriam reforçar as “ações de prevenção e gestão das faixas de combustíveis”. A falta de comunicação “gera enorme incompreensão por parte dos autarcas deste território”.
“Cansados da ausência de respostas, numa área que consideram estratégica para a segurança e ambiente da região, e para a qual os municípios não abdicam e mais do que triplicaram o investimento nos últimos cinco anos, os autarcas da CIMRL insistem junto do Governo a necessidade de criação da brigada intermunicipal de sapadores florestais, a laborar durante todo o ano e focalizada nas ações de prevenção do risco de incêndio”, refere o comunicado.
Na comunicação hoje dirigida ao secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, a CIMRL adianta que Leiria é a única da região Centro com elevada área florestal, sem financiamento do Fundo Ambiental” e sem a “devida autorização do ICNF para a concretização deste importante projeto de prevenção”.
Os autarcas consideram “inaceitável e penalizante para os municípios deste território, sobremaneira aqueles que não são abrangidos por qualquer resposta a este nível através das associações florestais”.
A CIMRL sublinha que a região de Leiria é “ciclicamente afetada pelo fenómeno dos incêndios florestais, como sucedeu com gravidade nos últimos dias”, com “impactos sociais avassaladores, quer no número de vítimas mortais, quer no número de feridos graves e ligeiros, e perdas ambientais por vezes com um período de retorno muito dilatado”, como sucedeu em 2017.
Segundo o comunicado, as brigadas de sapadores florestais são constituídas por três “equipas de 14 sapadores e um líder, para intervir prioritariamente no âmbito da manutenção da rede primária de defesa da floresta contra incêndios, nas ações de consolidação pós-fogo, bem como nas acções de estabilização de emergência, estando a sua constituição e financiamento sujeitos a autorização do ICNF”.
“Mais do que grandes investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência ou outros incentivos financeiros dirigidos para a floresta e exclusivamente geridos pelo Governo, cuja execução é um autêntico calvário, reclamam-se políticas públicas descentralizadas e focalizadas na prevenção, o que deveria constituir uma prioridade face ao escalar do problema dos incêndios rurais”, destaca ainda a nota de imprensa.
Para a CIMRL, “este flagelo apenas pode ser mitigado com o reforço de investimento no ordenamento florestal e ao nível das acções de prevenção dos riscos de incêndios, através do reforço das axções de redução estratégica da carga de combustível acumulada, sem se desvincular da preservação dos recursos florestais e valorização das condições de vida no espaço rural”.