O prazo de execução expira na próxima semana, dia 7 de Setembro. No entanto, segundo o Município de Leiria, a obra da Black Box no antigo paço episcopal não será concluída antes do final do ano. Também a empreitada da Villa Portela sofreu atrasos. Devia terminar em Novembro mas não estará pronta antes de Maio de 2024.
No caso da Villa Portela, a Câmara aponta a “complexidade e singularidade” da reabilitação do edifício e sua reconversão em centro de artes. Verificaram-se “incompatibilidades em algumas especialidades, pelo que foi necessário suspender parcialmente os trabalhos até o projectista analisar e estudar as possíveis alterações ao projecto”, lê-se na resposta enviada por escrito ao JORNAL DE LEIRIA. “A conclusão da obra está prevista para o final do mês de Maio de 2024 e para este atraso [contribuíram] as suspensões parciais e os trabalhos complementares aprovados”.
Na Villa Portela, o executivo espera agora abrir portas ao público ainda durante o próximo ano. Está prevista a contratação de uma direcção artística, com vigência de dois anos, a que caberá definir um plano expositivo. De acordo com a autarquia, a exposição inaugural e a exposição subsequente vão incluir nomes consagrados das artes plásticas a nível nacional. Já há acordo para a cedência temporária das obras, provenientes da Colecção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), mediante protocolo com o Ministério da Cultura. No âmbito do futuro centro de artes, cabem também obras que são propriedade do município, adquiridas ao longo dos anos, incluindo a artistas de Leiria.
Na Villa Portela, estão anunciados mais de 300 metros quadrados dedicados a exposições de arte contemporânea. A empreitada arrancou em Maio do ano passado. De acordo com o programa inicial, nos três pisos do edifício principal, o chalé, estão previstas 15 salas, uma biblioteca e um espaço para media arte. Nas antigas cavalariças, reabilitadas com zonas de trabalho, vão funcionar residências artísticas. Um palco ao ar livre junto ao lago, uma plataforma multiusos, um miradouro orientado para o castelo, passadiços, parque infantil e cafetaria completam o plano. O investimento de 2,8 milhões de euros pode vir a ser ultrapassado.
Já a Black Box, deverá iniciar actividade nos primeiros meses de 2024. Segundo o município, está já agendada “a primeira utilização deste equipamento para a concepção e apresentação de um espectáculo de teatro, por uma associação cultural do Concelho de Leiria”.
Nos níveis inferiores do antigo paço episcopal, onde funcionaram salas de cinema, está a surgir uma plataforma de apoio à criação artística, com uma área aproximada de 2 mil metros quadrados distribuída por três pisos. Salas de ensaio, camarins, zonas de trabalho e uma sala de espectáculos com capacidade para 120 lugares sentados, com plateia retráctil.
“Atendendo à natureza deste equipamento, passará a ser possível às estruturas associativas do concelho de Leiria e da região conceber criações artísticas, culturais e científicas de índole diversa, designadamente espetáculos, exposições, festivais, residências artísticas, instalações, laboratórios experimentais, seminários, ensaios e gravações”, salienta a autarquia.
O custo total da intervenção é de 1,7 milhões de euros.