A paragem de mais de dois meses na Autoeuropa, iniciada esta segunda-feira, já está a ter consequências entre fábricas de produção de componentes para automóveis da região de Leiria.
José Augusto, director da MD Plastics, localizada em Valado dos Frades, na Nazaré, explica ao nosso jornal que a paragem da Autoeuropa terá um “impacto muito significativo nesta unidade”, que implica a dispensa de 66 pessoas, trabalhadores temporários, cuja actividade [LER_MAIS]está ligada à produção de peças para a Volkswagen.
São 66 pessoas numa equipa de cerca de 300, explica o director, salientando que 50% do volume de negócios desta unidade resulta do fornecimento à Autoeuropa. A sua expectativa é que, depois da paragem da fábrica de Palmela, a MD Plastics volte rapidamente a contratar, retomando a sua produção normal.
Luís Febra, administrador do Grupo Socem, que detém a Plastimago, empresa especializada em injecção de componentes plásticos, da Marinha Grande, também refere que a paragem na Autoeuropa terá impacto nesta unidade, já que 35% da sua produção destina-se à fábrica de Palmela.
“Vamos tentar manter toda a gente a trabalhar. Vamos segurar as pessoas, sem beliscar os seus salários, que já são baixos”, sendo que “temos sempre alguns temporários que libertamos”, nota Luís Febra. Alguns dos colaboradores da Plastimago irão desempenhar funções no Campus Socem, na Martingança, adianta ainda.
A Autoeuropa está em paragem de produção desde segunda-feira, e anunciou que a pausa se manterá até 12 de Novembro, devido às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia “severamente afectado” pelas cheias que ocorreram no passado mês de Agosto naquele país.
José Couto, presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, já tinha adiantado à Renascença que a paragem de mais de dois meses na Autoeuropa terá consequências para outras fábricas nacionais de produção de componentes para automóveis.
Algumas delas terão mesmo de recorrer ao lay-off, devido ao peso que a empresa de Palmela tem para essas unidades produtivas. “É uma situação em cadeia, porque os fornecedores de primeira linha têm fornecedores de segunda linha”, salientava.